Automedicação: os riscos de ingerir medicamentos sem orientação médica - FRONT SAÚDE

Automedicação: os riscos de ingerir medicamentos sem orientação médica

No Brasil, as pessoas vivem a cultura da automedicação. Uma grande parte delas, consome remédios sem orientação médica ou farmacêutica. O maior problema está nos riscos que o ato de ingerir remédios sem prescrição de um profissional pode trazer. Atualmente, essa prática é considerada um problema de saúde pública. Especialistas afirmam que o uso excessivo de remédios sem orientação correta pode levar a óbito.  

A farmacêutica e mestre em ciências farmacêuticas Diandra Araújo explica como a automedicação pode ocasionar e agravar sérios problemas de saúde. “Essa prática pode resultar em uso de doses inapropriadas, medicamentos não adequados para o problema de saúde apresentado, tratamento de sintomas e não da causa, etc. Todos estes eventos podem resultar em agravo dos problemas de saúde, eventos adversos, hospitalizações e consequentemente piora das condições de saúde”, afirma. 

O uso indevido de remédios pode levar a uma séria intoxicação e consequentemente o desencadeamento de outras doenças, ressalta a especialista. “Alguns medicamentos têm potencial hepatóxico e quando não usados de forma adequada podem desencadear prejuízos à função hepática, o mesmo pode acontecer com o sistema renal, cardiovascular, gastrointestinal”, pontua. 

A hipocondria é um distúrbio psíquico listado na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), e está associado ao medo irracional de adoecer. A farmacêutica, explica, ainda, os sinais de uma pessoa hipocondríaca. “A pessoa hipocondríaca normalmente associa sintomas, por vezes psicossomáticos (em termos simples, psicológicos) com doenças mais graves ou sintomas de doenças e consomem o medicamento de forma compulsiva, muitas vezes não respeitando quantidades e intervalos, associando vários medicamentos e aumentando o risco de reações adversas”, pontua.  

O uso excessivo e indiscriminado de medicamentos possui o risco de levar uma pessoa a morte. “Se o paciente possuir alguma condição de saúde que o torne mais vulnerável, essa probabilidade aumenta. Por exemplo, se uma pessoa que tem arritmia, usa um medicamento que tem potencial para alterar o ritmo cardíaco, a probabilidade de o paciente ter uma crise, ser hospitalizado e ir a óbito aumentam consideravelmente”, explica Diandra.  

Além do uso de remédios industrializados, os remédios fitoterápicos, uso de plantas medicinais e outras práticas terapêuticas também oferecem riscos à saúde quando não tem a orientação correta de um profissional.  

A especialista ainda reitera a importância do uso racional de medicamentos com orientação de um especialista. “É sempre bom destacar que cada caso é um caso. Cada organismo pode reagir de forma diferente à mesma substância. Portanto, é estritamente importante que não se pratique automedicação. Procure um médico ou um farmacêutico, que hoje é um dos profissionais mais acessíveis devido a sua presença nos serviços de saúde mais próximos à população, como as drogarias, por exemplo”, conclui.