Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, revela que mulheres que sofrem da síndrome do ovário policístico (SOP) têm um risco maior de contrair a Covid-19 em relação àquelas que não apresentam esse distúrbio no sistema reprodutor
A SOP é comum entre as mulheres e envolve fatores genéticos envolvidos, metabólicos pré e pós natais, distúrbios endócrinos hereditários, resistência à insulina e comportamentais, como a alimentação e a prática de atividade física. Dentre os principais sintomas da sindrome estão ciclo menstrual irregular e níveis elevados de hormônios que podem causar, por exemplo, excesso de pelo no rosto e no corpo.
Outro possível efeito da síndrome é a maior tendência a desenvolver doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão, que estão dentre os fatores de risco para um Covid-19. Foi por isso, aliás, que os cientistas da Universidade de Birmingham resolveram investigar se existe relação entre um SOP e a infecção pelo novo coronavírus.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a SOP acomete entre 5% e 21% das mulheres em período reprodutivo. Não existe uma cura definitiva para a síndrome, porém, seguindo um tratamento adequado, com medicamentos, estilo de vida mais saudável e até cirurgias, é possível obter avanços significativos.
Estudo – Entre janeiro e julho de 2020, foram mais de 100 mil registros clínicos de pacientes no Reino Unido. Cerca de 21 mil mulheres apresentavam a síndrome do ovário policístico e pouco mais de 78 mil mulheres compuseram o grupo controle, sem a SOP.
A pesquisa aponta que a incidência da Covid-19 em mulheres com SOP foi quase duas vezes maior do que em mulheres sem o problema. O primeiro grupo apresentação 18,1 casos a cada mil mulheres, enquanto no segundo foram 11,9 casos de infecção nesse contingente.
Os resultados indicam que mulheres com a síndrome têm risco 51% maior de contrair a Covid-19 do que aquele SOP da mesma faixa etária. Mesmo após o ajuste de fatores de risco ligado à doença causada pelo coronavírus como obesidade, diabetes e hipertensão, a suscetibilidade à infecção pelo coronavírus continuado maior entre as mulheres com ovários policísticos.
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