O Transtorno de Déficit de TDA e TDHA - entenda as diferenças com a neuropsicóloga Carmen Sisnando - FRONT SAÚDE

O Transtorno de Déficit de TDA e TDHA – entenda as diferenças com a neuropsicóloga Carmen Sisnando

Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são transtornos que têm como característica principal a desatenção e a dificuldade de concentração. No caso do TDAH, o Transtorno de Hiperatividade tem sintomas associados.

O TDA e o TDAH são comumente identificados em crianças na fase escolar, justamente por se tratar de um ambiente onde há necessidade de atenção e aprendizado. Entretanto, o TDA também afeta as pessoas na fase adulta. Na verdade, acompanha o indivíduo por toda a sua vida, manifestando-se de diferentes maneiras, seja no trabalho ou no convívio social.

Segundo a neuropsicóloga Carmen Sisnando, é comum que pessoas passem a vida inteira com a síndrome, sem que tenham sido diagnosticadas. “Estima-se que 2/3 das crianças com TDAH permaneçam com os sintomas na fase adulta”.

O TDA se caracteriza, principalmente, pela desatenção, falta de foco, dificuldade de se concentrar no que está fazendo. “Também pode estar associado a uma questão de memória, justamente por não estar prestando atenção ao que faz e não reter as informações com facilidade. Já o TDAH é quando o transtorno vem acompanhado de hiperatividade. O indivíduo não consegue se manter quieto. Não consegue assistir a um filme até o final e nem mesmo prestar atenção ao que os outros estão falando. Existe uma agitação física e mental”, explica Sisnando.

A neuropsicóloga lembra que o TDA ou o TDAH não se manifesta na fase adulta e, sim, desde a infância. A intensidade dos sintomas pode até diminuir com o passar do tempo. Porém, uma boa parcela dos indivíduos permanece com eles. “O que ocorre é que muitos não são diagnosticados precocemente e acabam convivendo com a síndrome a vida inteira, prejudicando diversos aspectos do âmbito social e profissional”.

Uma vez que o TDA e o TDAH levam a um comprometimento das funções executivas, afetando a atenção, a capacidade de planejamento e execução, no trabalho, indivíduo sente-se inferior aos colegas, por conta de sua falta de agilidade para executar tarefas; esquece os compromissos, chega atrasado, não tem bom rendimento e nem paciência.

Estudos estruturais e metabólicos, ao lado de estudos genéticos e pesquisa sobre reação a medicamentos mostram que o TDAH é um transtorno neurobiológico.  Mostram, também, que genética é o principal fator do aparecimento dos sintomas associados ao TDA e TDAH, uma vez que há alterações de estrutura na região frontal do cérebro e em suas conexões. Porém, a genética não é a única causa, podendo, também, estar relacionada ao ambiente e causas ambientais que influenciam na manifestação da doença.

Há alguns anos, acreditava-se que o diagnóstico do TDA ou TDAH estava relacionado a fatores sociais e familiares, como a falta de limites dos filhos ou excesso de mimo. Entretanto, as pequenas alterações na parte frontal do cérebro, responsáveis pela inibição do comportamento e controle da atenção, sugerem que a pessoa já nasce com a doença.

“Estima-se que mais de 70% dos pacientes possuem outras doenças associadas ao TDA e TDAH, como distúrbio do sono, transtorno de ansiedade e depressão, dependência química, transtorno de humor bipolar, transtorno de personalidade. O ideal é que o diagnóstico do TDA e TDAH seja acompanhado por uma avaliação psiquiátrica. O diagnóstico e tratamento precoce é de suma importância para que o indivíduo trate os sintomas e possua qualidade de vida, para uma rotina tranquila e saudável”, lembra Carmen Sisnando, que explica também sobre o tratamento aplicado em crianças e adultos.

“Em crianças, o tratamento é multidisciplinar e conta com o auxílio de profissionais de diversas áreas, como neurologistas, psicólogos, pedagogos e neuropsicólogos. Com relação aos adultos, o tratamento também pode utilizar psicoestimulantes e antidepressivos, aliados à terapia, como a que realizo no Espaço Systemic, que auxilia e fortalece a autoestima e bem-estar do paciente”, conclui Carmen Sisnando.


texto com informações da assessoria de imprensa