Ozempic: de falsificados a impacto na indústria alimentícia - FRONT SAÚDE

Ozempic: de falsificados a impacto na indústria alimentícia

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) emitiu um alerta sobre a circulação de injeções falsificadas do medicamento Ozempic, utilizado no tratamento da diabetes e, notavelmente, na promoção da perda de peso.

As unidades fraudulentas, etiquetadas em alemão, foram detectadas em vários países da União Europeia e do Reino Unido, importadas legalmente por distribuidores na Alemanha e na Áustria.

As injeções falsificadas apresentavam números de lote, códigos de barras 2D e números de série idênticos aos das embalagens originais do Ozempic.

Esse achado desencadeou preocupações significativas na EMA e levou a medidas de regulamentação por parte das autoridades alemãs e austríacas, devido ao não cumprimento das boas práticas de distribuição.

Embora não haja evidências de danos aos pacientes relacionados ao medicamento falsificado, a descoberta de tais produtos no circuito de distribuição legal é um desenvolvimento importante. A procura crescente pelo Ozempic gerou escassez do medicamento, incentivando tentativas de obtenção por meios não autorizados.

As autoridades recomendam que os pacientes verifiquem a autenticidade das canetas de Ozempic e relatem qualquer suspeita de falsificação. Além disso, a notícia de que medicamentos como Ozempic e Wegovy estão sendo usados para perda de peso afetou as empresas de alimentos nos EUA, com o CEO do Walmart notando uma redução no consumo de alimentos entre os clientes que utilizam esses medicamentos.

Essa tendência impactou empresas como a PepsiCo e a Mondelez, cujas ações caíram. Analistas do Barclays estimaram que o uso generalizado de medicamentos para perda de peso poderia reduzir o volume de vendas de alimentos em até 1,2%.

Embora não haja estudos conclusivos sobre o impacto desses medicamentos no apetite por alimentos específicos, observou-se que os pacientes tendem a reduzir o consumo de alimentos ricos em açúcar e gordura.

Fabricantes de guloseimas e snacks podem ser os mais afetados, pressionando-os a reformular seus produtos em direção a opções mais saudáveis. Espera-se que o número de pacientes usando esses medicamentos para perda de peso cresça nos próximos anos, embora a adoção seja potencialmente lenta devido aos altos custos e à natureza injetável dos medicamentos.

A obesidade é um problema generalizado nos EUA, e o acesso a esses medicamentos depende da cobertura do seguro de saúde e da capacidade de produção das empresas.

Por fim, é importante notar que os medicamentos em questão, como Ozempic e Wegovy, agem reduzindo o apetite e, consequentemente, impactam o consumo de alimentos, o que tem consequências significativas nos setores farmacêutico e alimentício.

Fonte: O GLOBO 01 / 02 / 03