Ocupação de UTIs: Pará está entre os estados em alerta crítico e intermediário, segundo Fiocruz - FRONT SAÚDE

Ocupação de UTIs: Pará está entre os estados em alerta crítico e intermediário, segundo Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz começou a alertar sobre a mudança2 no patamar de ocupação de leitos de UTI em relação aos pacientes adultos do Sistema Único de Saúde (SUS). Em nota, a fundação revela que um terço das unidades federativas e dez capitais estão em zona de alerta crítico e intermediário de UTI’s no país.  

A piora desse quadro ocorre devido ao avanço do número de casos da doença no Brasil, que ganha mais força com a variante ômicron, considerada ainda mais transmissível.

A instituição aponta que as próximas semanas precisam ser monitoradas, e que também é esperado que o número de casos novos de covid-19 passe a alcançar níveis elevados. Isso pode pressionar a demanda por serviços de saúde, o que inclui leitos de enfermaria e UTI, ressaltou a fundação.

Os estudiosos da fundação observaram as taxas de ocupação de leitos de UTI vistas em 10 de janeiro, em confronto com a série histórica desse indicador, que consta do Boletim Observatório Covid, para produzir a nota.

Em nota, veiculada na quarta-feira (12), a fundação detalhou que com relação à ocupação de leito de UTI, o Estado de Pernambuco (82%) está na zona de alerta crítico, ou seja, com taxa de ocupação acima de 80% nesse dado (82%). Com taxas nas faixas de 70% a 60%, Pará (71%), Tocantins (61%), Piauí (66%), Ceará (68%), Bahia (63%), Espírito Santo (71%), Goiás (67%) e o Distrito Federal (74%) estão na zona de alerta intermediário.

Entre as capitais, se encontram com ocupação acima de 80%, ou em zona de alerta crítico, Fortaleza (88%), Recife (80%), Belo Horizonte (84%) e Goiânia (94%). Por sua vez, na zona de alerta intermediário encontram-se as taxas de ocupação nas cidades de Porto Velho (76%), Macapá (60%), Maceió (68%), Salvador (68%), Vitória (77%) e Brasília (74%).

A Fiocruz destaca que há diferenças no patamar de número de leitos e no número de internações em UTI hoje ante meados de 2021, considerada predominantemente muito menor do que foi visto em 2 de agosto, quando, já no quadro de arrefecimento da pandemia, leitos começavam a ser retirados. No entanto, os técnicos visualizaram que os dados, no começo desse ano, apontam mudanças de evidências no patamar de ocupação de leitos de UTI relacionados à doença.

“Sem minimizar preocupações com o novo momento da pandemia, consideramos fundamental ratificar a ideia de que temos um outro cenário com a vacinação e as próprias características das manifestações da covid-19 pela ômicron”, afirmam os pesquisadores da Fiocruz, na nota técnica. “Por outro lado, não podemos deixar de considerar o fato de a ocupação de leitos de UTI hoje também refletir o uso de serviços complexos requeridos por casos da variante Delta e casos de Influenza [além de pacientes contaminados por variante ômicron]”, ressaltam os pesquisadores.

Segundo a Fiocruz, o Painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde que recebe dados diretamente das secretarias estaduais de Saúde, demonstra que na primeira Semana Epidemiológica de 2022, de 2 a 8 de janeiro, mostrou grande incremento de casos registrados, que foi de 56.881 para 208.018. “Possivelmente este número é muito maior”, alertaram os pesquisadores.

Assim, no cenário atual, com alta transmissibilidade e infecções por covid-19, e grande crescimento do número de casos e de demanda por serviços de saúde, os pesquisadores da fundação passaram a recomendar algumas orientações. Para os técnicos, é fundamental o fortalecimento de medidas de prevenção, com a obrigatoriedade de uso de máscaras em locais públicos, a exigência do passaporte vacinal e o estímulo ao distanciamento físico e higiene constante das mãos, ressaltaram os técnicos da fundação.

Os pesquisadores da fundação aconselham ainda, aos gestores de saúde, atenção à necessidade de reabertura de leitos, além de reorganizar a rede de serviços de saúde no sentido de dar conta dos desfalques de profissionais afastados por contrair a infecção. Dessa forma, os gestores poderiam garantir a permanência da atuação eficiente da atenção primária em saúde no atendimento a pacientes, empregando, por exemplo, o teleatendimento.

A fundação também relatou a importância de prosseguir com a vacinação da população contra covid-19.

Fonte: Valor Econômico