Envelhecer bem é agora! - FRONT SAÚDE
Foto: Divulgação
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Envelhecer bem é agora!

Para se ter longevidade é preciso ter hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas. Essa é a principal lição que a médica Cynthia Charone, nos passou durante entrevista especial ao Front Saúde. Cynthia é presidente do grupo Cynthia Charone, um dos principais grupos de atenção ao cuidado à pessoa idosa, responsável por 17 unidades localizadas em Belém, Icoaraci e Castanhal.

Front Saúde: Você que é especialista em envelhecimento saudável, explique os termos que a gente deve usar quando se refere à pessoa idosa?

Cynthia Charone: Eu posso te dizer o que a gente não deve usar: “velhinha”, “velhinho”, “ai, que coisa linda!”, isso a gente tem que evitar. “A pessoa idosa”, “você”, “senhor (a)”, são respeitosos. Mas os demais pode soar como se a gente tivesse infantilizando a pessoa idosa e isso não é o correto. Estamos falando de pessoas que já passaram pela infância, adolescência, vida adulta e agora são pessoas idosas que contribuíram com a sociedade e que merecem ser bem tratadas e respeitadas com dignidade.

F.S. : E “melhor idade” ou “terceira idade”, qual seria o termo mais adequado?

C. C. : Eu vou até pedir para nós fazermos uma reflexão juntos. A partir mais ou menos dos 40 anos, se você não tem uma vida ativa com atividades físicas, você começa a sentir uma dor aqui outra ali. Com o tempo isso vai piorando. As pessoas que são sedentárias costumam sentir dores e, a partir disso, algumas doenças também desencadeiam como as artrites, as doenças reumáticas e não são uma coisa muito legal. Para piorar, ao chegar nos 60 anos você se torna aposentado. Todo mundo começa a olha essa pessoa de 60 anos como uma pessoa que tem que ficar no aposento, um estigma que a sociedade criou. Então, a pessoa idosa além de cuidar das dores físicas, precisar lidar com as dores sociais, preconceito e diminuição de renda. Então, não pode ser associada a melhor idade. Pode ser chamada de terceira idade.

F. S. : E a partir de qual idade você aconselha a pessoa a começar a pessoa a pensar na velhice e procurar um médico especialista em gerontologia?

C. C. : A gente sempre fala de envelhecimento e lembra sempre só da pessoa idosa, mas, na verdade, desde quando a gente nasce já começa a envelhecer. Então, o envelhecimento é global. A gente precisa pensar na idade idosa desde quando você é criança, ou seja, uma responsabilidade dos pais. Hoje você percebe uma grande quantidade de jovens com sobrepeso, agora com a pandemia, ficando mais em casa, mais tempo em vídeo games e internet, não fazem nenhum tipo de exercício físico, vão engordando e tendo aumento de colesterol, triglicerídeos e glicose. Então, você imagina um adolescente que já tem esse quadro, como essa pessoa vai chegar na velhice, certamente com muitos problemas. O ideal é começar desde cedo, com o pediatra, e a partir dos 25 anos com o geriatra. Graças a Deus a gente tem como evitar consequências mais graves através do acompanhamento e da promoção de saúde.

F. S. : Inclusive você tem um programa chamado 35+ . Como funciona e quais são as atividades realizadas?

C. C. : Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu uma pesquisa que indicou que no Brasil as pessoas na faixa etária de 30 a 59 anos estavam morrendo muito mais que os idosos, ou seja, a pessoa idosa estava sendo cuidada e os jovens estavam morrendo em consequência da obesidade, ao sedentarismo e ao estresse. Quando essa pesquisa foi divulgada, tocou muito comigo. Então, eu comecei a pensar que não posso pensar somente na pessoa idosa. É preciso analisar todas as etapas da vida. Resolvi a começar a ajudar as pessoas que estão disposta a ter uma prevenção e até uma reversão de quadros graves a partir dos 30 anos. Foi aí que a gente resolveu montar o 35 +, que são mais de 35 atividades para alcançar os seis pilares da medicina de estilo de vida, que é uma medicina baseada em evidências, comprovando a reversão de quadros de diabetes, tirando medicamentos para pressão arterial. E aí, fundamentado em evidências científicas nós resolvemos fazer essa proposta.

Confira a entrevista na íntegra no nosso canal do Youtube