Doença de Crohn: ator Tyler James Williams revelou ser portador da doença e chegou a pesar 47 kg - FRONT SAÚDE

Doença de Crohn: ator Tyler James Williams revelou ser portador da doença e chegou a pesar 47 kg

O ator Tyler James Williams, conhecido por ter interpretado o personagem Chris, na série ‘Todo Mundo Odeia o Chris’, revelou a revista Men’s Health, que tem a Doença de Crohn e chegou a pesar 47kg. Tyler descobriu ser portador da doença em 2017, após ter tido um mal súbito e dor intensa no estômago. “Doença inflamatória séria do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado, íleo, e intestino grosso, cólon, mas pode atingir qualquer parte do trato gastrointestinal”, explica Marcelo Hühn, Membro Titular Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva.

Sintomas

De acordo com o especialista, a Doença de Crohn pode causar:

• Diarreia;
• Cólica abdominal;
• Febre;
• Sangramento retal;
• Perda de apetite;
• Perda de peso.

“Os sintomas podem variar de leve à grave, mas, em geral, as pessoas com doença de Crohn podem ter vida ativa e produtiva”, comenta Marcelo.

Causas

De acordo com o médico, a Doença de Crohn é crônica e ainda não se sabe a sua causa. “Os medicamentos disponíveis atualmente reduzem a inflamação e habitualmente controlam os sintomas, mas não curam a doença”.

Doença de Crohn x Colite Ulcerativa

Segundo o especialista a doença de Crohn se comporta como a colite ulcerativa. “Às vezes, é difícil diferenciar uma da outra, as duas doenças são agrupadas na categoria de doenças inflamatórias intestinais”, destaca.

Ele acrescenta que diferentemente da Doença de Crohn, em que todas as camadas estão envolvidas e na qual pode haver segmentos de intestino saudável, entre os segmentos do intestino doente, a colite ulcerativa afeta apenas a mucosa, que é a camada mais superficial do cólon, e de modo contínuo.

“Dependendo da região afetada, a doença de Crohn era chamada de ileite, enterite regional ou colite, etc. Para reduzir a confusão, o termo doença de Crohn foi usado, para identificar a doença, qualquer que seja a região do corpo afetada como o íleo, cólon, reto, ânus, estômago, duodeno, etc”, afirma.

Diagnóstico

Segundo o especialista, o diagnóstico pode ser feito por meio de:

• Colonoscopia;
• Colonoscopia Virtual;
• Endoscopia;
• Enteroscopia de duplo-balão;
• Enema opaco;
• Trânsito intestinal;
• Tomografia Computadorizada;
• Êntero – Tomografia;
• Ressonância Magnética (RM);
• Êntero – RM;
• Ultrassonografia;
• Exames de sangue;
• Marcadores diagnósticos.

Ele acrescenta que não há cura para a Doença de Crohn, mas existem opções de tratamento que ajudam a aliviar os sintomas, previnem a reincidência e mantêm as remissões, ou seja, fase em que não há atividade da doença.

Tratamento

As recomendações para intervenção medicamentosa ou cirúrgica dependem da localização da doença, intensidade dos sintomas, resposta à terapia medicamentosa e do diagnóstico de complicações, Marcelo explica.

Segundo o médico, a terapia nutricional tem como objetivo a melhora do estado nutricional e clínico de pacientes com a Doença de Crohn. “Quando adequada, pode impedir a desnutrição, repondo deficiências de macro e micronutrientes, atuando na melhora inflamatória e imunológica e fornecendo o suporte energético para manutenção da vida. Pode também ser combinada ao tratamento clínico ou cirúrgico, mas em algumas situações específicas é o principal tratamento”, afirma.

Alguns imunomoduladores se destacam no tratamento da Doença de Crohn, pois demonstram efeitos na melhora inflamatória e, por isso, podem trazer benefícios ao serem inseridos na dieta. São eles: arginina, glutamina, ácidos graxos, nucleotídeos, além de probióticos e prebióticos, enfatiza.

Além disso, o especialista ressalta, “estudos mostram que proteínas de alto valor biológico, triglicerídeos de cadeia média, devido a melhor absorção, e citocinas anti-inflamatórias, como o TGFβ-2, ajudam a reduzir a inflamação, reparar a mucosa intestinal e recuperar o estado nutricional”.

Fatores de risco

Estima-se que a doença se desenvolva em pessoas geneticamente predispostas, associados a fatores, provavelmente ambientais ou infecciosos. “O componente genético é mais forte na doença de Crohn do que na retocolite ulcerativa. O tabagismo aumenta o risco da doença de Crohn por mecanismos ainda desconhecidos”, pontua.

Prevenção

Marcelo lembra que, para as pessoas que já desenvolveram a doença, as crises podem ser evitadas com a prática regular e moderada de exercícios físicos, o consumo de alimentos ricos em fibras, além de evitar alimentos gordurosos e situações de estresse.