COP 28: relatório OMS vê ameaça de malária devido ao clima
Rebecca e seu filho Mercy sob um mosquiteiro em casa em Gyabankrom, Região Central, Gana. Crédito: OMS/Fanjan Combrink
Rebecca e seu filho Mercy sob um mosquiteiro em casa em Gyabankrom, Região Central, Gana. Crédito: OMS/Fanjan Combrink

COP 28: relatório OMS vê ameaça de malária devido ao clima

Apesar dos avanços no acesso a tratamentos, a malária registrou um aumento global preocupante, alcançando 249 milhões de casos em 2022, superando os 233 milhões de 2019, revela relatório da OMS. O impacto da COVID-19, resistência a medicamentos, crises humanitárias e mudanças climáticas são fatores que contribuem para esse cenário desafiador.

Alterações climáticas e malária: um vínculo preocupante

O Relatório Mundial sobre a Malária de 2023 explora a interconexão entre as alterações climáticas e a malária. Eventos climáticos extremos, como inundações no Paquistão em 2022, desencadearam um aumento dramático nos casos de malária, destacando a vulnerabilidade de regiões afetadas. O Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, alerta que a mudança climática representa um risco substancial para o combate à malária.

Impacto da covid-19 nas tendências globais

A pandemia de COVID-19 interrompeu significativamente os serviços de combate à malária, resultando em cinco milhões de casos adicionais em 2022, concentrados principalmente em cinco países, incluindo o Paquistão, que viu um aumento de 2,6 milhões de casos. Enquanto 11 países mais afetados estabilizaram as taxas de novas infecções e mortes, o progresso em direção às metas globais de 2025 está ameaçado.

Desafios múltiplos exigem respostas integradas

A Diretora Regional da OMS para África, Dr. Matshidiso Moeti, destaca a multiplicidade de ameaças, incluindo a variabilidade climática, acesso limitado à saúde e conflitos. Enfrentar esses desafios requer esforços coordenados, inovação e estratégias colaborativas.

Otimismo nas conquistas e inovações

Apesar dos desafios, o relatório destaca avanços, como a implementação da vacina RTS,S/AS01, que reduziu significativamente casos graves e mortalidade infantil. A OMS também recomenda a R21/Matrix-M como uma segunda vacina eficaz. A eliminação bem-sucedida da malária em países de baixa prevalência, como Azerbaijão, Belize e Tajiquistão, é motivo para otimismo.

Necessidade urgente de mudanças substanciais

Diante do aumento da malária e das ameaças climáticas, é imperativo um redirecionamento significativo nos esforços de combate à doença. Maior financiamento, compromisso político, inovação e estratégias baseadas em dados são essenciais. A resposta às alterações climáticas exige abordagens sustentáveis e envolvimento social.

Nota aos editores

A OMS orienta seus esforços pela Estratégia Técnica Global para a Malária 2016-2030, buscando reduzir incidência e mortalidade. A abordagem “Elevado Fardo para Alto Impacto” (HBHI) está sendo aplicada em 12 países, proporcionando intervenções personalizadas com base em dados locais.

Enquanto enfrentamos desafios crescentes na luta contra a malária, as inovações e conquistas oferecem esperança. No entanto, um esforço global é crucial para superar ameaças múltiplas, desde mudanças climáticas até desafios de implementação. O compromisso global é essencial para alcançar um futuro livre de malária.

Fonte: OMS