Andropausa: O que é? Quais os sinais? - FRONT SAÚDE

Andropausa: O que é? Quais os sinais?

O corpo de homens e de mulheres passam muitas transformações conforme o passar dos anos, causando mudanças que podem ser percebidas por meio de alguns sinais. Assim como o processo da menopausa, que ocorre no organismo feminino, a andropausa, acontece de forma semelhante no corpo masculino.

O endocrinologista Diego Bandeira explica que a andropausa é um termo usado “para caracterizar, em homens, as alterações dos hormônios sexuais ligadas ao processo de envelhecimento, principalmente da testosterona, de forma semelhante ao que acontece com as mulheres na menopausa”, afirma.

Segundo o especialista, na área da endocrinologia, a redução dos níveis da testosterona é chamada de Hipogonadismo Masculino Tardio. “Esta síndrome clínica é caracterizada por alguns sinais e sintomas característicos, além de alterações laboratoriais na dosagem deste hormônio”, avalia.

De acordo com o médico, a partir dos 40 anos, todo homem inicia um processo natural de redução da produção de hormônios sexuais. “Porém, ao contrário da menopausa, a diminuição da função testicular nos homens é gradual e muitos sintomas associados são vagos e inespecíficos”, pontua.

O médico enfatiza que a síndrome não ocorre em um período estipulado, da forma como acontece na menopausa com as mulheres. “No caso dos homens, não existe um tempo determinado para a como a parada de menstruação, por isso, homens, após essa idade, devem estar atentos a alguns sinais que possam identificar alguma disfunção. Quanto maior a idade, maior a possibilidade de desenvolvimento do hipogonadismo”, destaca.

Sinais da Andropausa

Segundo o médico, os homens podem identificar os sinais da andropausa por meio de alguns sintomas:

  • Diminuição do libido ou diferentes graus de disfunção erétil, também chamada de impotência sexual;
  • Humor mais deprimido e menor interesse por atividades;
  • Cansaço excessivo;
  • Diminuição de força muscular;
  • Redução da musculatura;
  • Alteração do sono e da memória;
  • Ganho de peso associado ao aumento da área da barriga.

O médico ressalta a importância do diagnóstico precoce e também do acompanhamento médico para a avaliação da andropausa pois, alguns sinais podem indicar uma outra causa. “Apesar de termos alguns sinais e sintomas que precisamos ficar alertas, todos são inespecíficos, ou seja, existem outras inúmeras causas que podem gerar as mesmas alterações. Portanto, o diagnóstico do hipogonadismo masculino tardio é difícil de ser realizado e necessita de uma avaliação médica e, de preferência, com um endocrinologista”, detalha.

Diego salienta que a andropausa é um processo natural e que nem todo homem vai apresentar sintomas que necessitem de investigação médica. “A dosagem de testosterona e de outros hormônios sexuais não deve ser feita de rotina se não houver alguma queixa. Alguns estudos mostram que a redução crônica de hormônios sexuais está associada ao aumento de eventos cardiovasculares e de alterações ósseas, como a Osteoporose. Por isso, para casos indicados, é importante realizar uma avaliação direcionada”, aponta.

A andropausa pode ter os seus efeitos amenizados por meio de um estilo de vida saudável, diminuindo as alterações clínicas causadas pela síndrome, avalia o Diego. “Algo que é essencial em qualquer fase da vida, é a manutenção de hábitos saudáveis, com uma alimentação equilibrada e atividade física regular. Observar o sono e ter um bom controle psicológico, também fazem parte de uma construção de saúde que devemos investir desde mais novos. Este estilo de vida equilibrado diminui a incidência de alterações clínicas que podem gerar sintomas semelhantes ao hipogonadismo, como obesidade, depressão, dentre outros”, destaca.

O médico finaliza enfatizando que homens que recebem o diagnóstico da andropausa devem passar por uma avaliação, e caso necessário, por um tratamento com especialistas. “Pessoas que receberam a confirmação do diagnóstico de hipogonadismo masculino tardio, pode ser avaliado um tratamento com reposição de testosterona, caso não haja contraindicação à medicação. Todo tratamento deve ser orientado pelo seu médico e seus efeitos e benefícios a longo prazo devem ser discutidos a cada consulta”, conclui.