A deficiência de vitamina A é um problema sério que pode levar a complicações como xeroftalmia, cegueira e até mesmo mortalidade, principalmente em crianças. Para combater essa deficiência, o Ministério da Saúde do Brasil implementou o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSVA), que tem como objetivo fornecer megadoses de vitamina A para crianças de 6 a 59 meses de idade.
Em 2023, o programa pretende beneficiar 5.742.861 bebês e crianças em todo o país, abrangendo municípios dos 26 estados, do Distrito Federal e os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei). No entanto, em 2022, a taxa de cobertura foi de apenas 53,8%, indicando a necessidade de aumentar os esforços para atingir um número maior de crianças.
A suplementação de vitamina A é realizada por meio da distribuição de doses aos estados e municípios. Até o final do ano, estima-se que serão enviadas 9.515.000 doses para as regiões atendidas. No entanto, o sucesso do programa depende não apenas da distribuição pelo Ministério da Saúde, mas também da implementação eficaz pelos governos estaduais e municipais.
Um exemplo positivo é o estado do Pará, que possui um guia orientador atualizado e utiliza vídeos curtos e simples para capacitar gestores e profissionais de saúde. Esses materiais fornecem orientações sobre condutas nutricionais, organização administrativa e registro da suplementação de vitamina A. A estratégia de comunicação eficaz, aliada à organização adequada, tem se mostrado eficiente na mobilização e conscientização dos envolvidos no programa.
A suplementação de vitamina A é recomendada devido aos seus benefícios comprovados. Estudos demonstraram que a suplementação reduz o risco de mortalidade por todas as causas e por diarreia, além de prevenir sintomas oculares e infecções. A deficiência de vitamina A no Brasil tem uma prevalência de 6%, sendo mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Norte.
Para implementar o PNSVA, sugere-se que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) sejam responsáveis pela administração da vitamina A durante as consultas de puericultura. Além disso, é importante aproveitar a oportunidade para verificar a situação da vitamina A durante a atualização do calendário vacinal da criança.
Para o sucesso do programa, é fundamental que os gestores locais mapeiem as responsabilidades envolvidas e deleguem as atividades necessárias, como o controle de estoque, busca ativa nas residências e escolas em parceria com os Agentes Comunitários de Saúde e o Programa Saúde na Escola, além da atualização dos sistemas. Evitar a perda de doses e garantir que o suplemento chegue a tempo para aqueles que precisam são medidas essenciais.
A suplementação de vitamina A é uma estratégia importante para combater a deficiência nutricional e seus impactos na saúde das crianças. Com a implementação adequada do programa e o envolvimento de todos os atores envolvidos, é possível reduzir significativamente os casos de hipovitaminose A e melhorar a saúde das crianças em todo o país.
Dosagem
| Esquema para administração de vitamina A em crianças | ||
| Idade | Dose | Frequência |
| 6 a 11 meses | 100.000 UI | Uma dose |
| 12 a 24 meses | 200.000 UI | Uma vez a cada 6 meses |
| 25 a 59 meses | 200.000 UI | Uma vez a cada 6 meses |
Fonte: CGAN/Deppros/Saps/MS