Você sabe o que é doença celíaca? Intolerância ao glúten pode causar lesões dermatológicas e anemia; gastroenterologista explica - FRONT SAÚDE

Você sabe o que é doença celíaca? Intolerância ao glúten pode causar lesões dermatológicas e anemia; gastroenterologista explica

Segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, a doença celíaca foi descoberta em 1888, pelo pediatra britânico Samuel Gee, mas só em 1940 houve o reconhecimento de que o glúten é o causador desse problema que acomete aproximadamente de 1 a 2 por cento da população mundial. “É uma doença autoimune em que o sistema imunológico da pessoa ataca as células do intestino delgado causando inflamação. Ela pode se manifestar em crianças nos primeiros meses de vida e também em jovens e adultos”, explica o médico gastroenterologista Walter Streithorst, que atua no Hospital Adventista de Belém.

Causas

O médico esclarece que, até o momento, a causa específica para a doença celíaca é o glúten, presente no trigo, malte e centeio. “Se a pessoa tem intolerância ao glúten, é importante buscar a frase ‘não contém glúten’ nos rótulos dos produtos alimentares industrializados”, afirma.

*Sintomas*

Segundo o especialista, os principais sintomas da doença celíaca são:
Dor abdominal;
Náuseas;
Azia;
Gases;
Diarréia;
Atraso do desenvolvimento da criança;
Anemia;
Emagrecimento;
Lesões dermatológicas;
Aftas frequentes;

Diagnóstico

O gastroenterologista destaca que o diagnóstico da doença celíaca pode ser feito por meio de sintomas e exames específicos. “Há uma gama de sintomas muito característicos. Podemos retirar o glúten da vida do paciente e ver os sintomas diminuírem ou desaparecerem. No entanto, existem alguns exames de sangue como tranglutaminase tecidual, anticorpo anti-endomisio e também a biópsia endoscópica da mucosa duodenal que estaria danificada ou achatada na visão microscópica do patologista”.

Além disso, ele explica que em casos ainda não bem estabelecidos ou duvidosos são feitos exames genéticos como o HLA DQ2 e DQ8 para definir se o paciente tem perfil genético ou não para a doença.

Dieta sem glúten

Walter lembra que pessoas com doença celíaca podem se adaptar facilmente a uma dieta sem glúten. “Os pacientes reagem muito bem a retirada do glúten da dieta. Eles aprendem rápido com relação a nova alimentação e se sentem gratificados com tanta melhora que acabam acostumando com uma ampla variedade de outros bons alimentos para substituir o glúten”, avalia.

Qualidade de vida

Segundo o especialista, aqueles que não retiram o glúten da dieta podem ter complicações graves como “emagrecimento acentuado, fraqueza, cansaço, anemia, osteoporose, deficiência severa de vitaminas e sais minerais , alterações da menstruação com hemorragias , abortos e muito mais”, enfatiza.

De acordo com Walter, há casos raros de pacientes que não melhoram com a retirada do glúten da alimentação. “Na chamada doença celíaca refratária, a retirada do glúten da dieta pode acontecer, mas exige maior atenção e investigação possível, principalmente, em relação a contaminação dos alimentos sem glúten para que o paciente não coma alimentos que não deveriam ter glúten”.

Dicas

O médico pontua os principais alimentos COM glúten, que devem ser evitados por quem tem alergia ao componente, e ainda os SEM glúten, que são opções seguras para o consumo, mas alerta. “”Existem alimentos que podem estar nas duas listas com e sem glúten. Leia sempre os rótulos para ver se tem ou não glúten”.

Sem glúten
Frutas;
Legumes, vegetais e tubérculos como inhame, mandioca, batata e batata doce;
Carnes, ovos, mariscos e peixes;
Feijão, ervilha, lentilha e soja;
Farinha de arroz, farinha de mandioca, amêndoa, coco, alfarroba, quinoa e ervilha;
Arroz, milho, trigo sarraceno e quinoa;
Maisena (amido de milho);
Goma de tapioca;
Fécula de batata;
Polenta;
Sal, açúcar, chocolate em pó, cacau;
Gelatina;
Óleos vegetais, incluindo o azeite de oliva;
Oleaginosas, como amêndoas, nozes, castanha, amendoim e pistache;
Leite, iogurte, manteiga e queijos.

Com glúten:
Queijos;
Molhos como maionese, ketchup e shoyu;
Temperos industrializados;
Pão;
Macarrão
Pizza;
Cerveja;
Biscoitos;
Bolos;
Todo alimento produzido com farinha de trigo, cevada, centeio ou malte.