A ciência está atualmente experimentando um momento revolucionário na exploração do uso de células-tronco no tratamento de condições médicas como Parkinson, Alzheimer, diabete, câncer e problemas cardíacos.
Essa constatação foi feita pela professora Lygia Pereira, que atua como conselheira da Sociedade Internacional de Pesquisa com Células-Tronco e recentemente participou de um simpósio em Ribeirão Preto (SP), onde se encontrou com duzentos dos principais pesquisadores do mundo na área.
A Dra. Pereira enfatiza que estamos vivenciando um momento de virada nos estudos com células-tronco. Isso se deve ao fato de que, após obter resultados promissores em estudos com animais, agora estamos nos direcionando para a realização de testes em seres humanos em uma escala maior.
Ela afirma: “A gente está vivendo um momento super interessante. Depois de muitos anos de pesquisas ousadas, mas responsáveis, em várias áreas da saúde, a gente está conseguindo sair dos testes em animais, camundongos, e começar testes em seres humanos com células-tronco pluripotentes, que podem virar qualquer tipo de tecido do nosso corpo.”
Atualmente, as células-tronco já são utilizadas no tratamento de condições como anemia, mas agora a intenção é expandir para outras terapias.
Dado que essas células possuem a notável capacidade de se diferenciar em diferentes tipos de células, uma das possibilidades investigadas é o uso delas como neurônios para tratar o Parkinson, ou até mesmo transformá-las em produtoras de insulina para combater a diabetes.
A Dra. Pereira destaca a existência de ensaios clínicos importantes em andamento, abordando o Parkinson, diabetes e regeneração de tecidos. Ela ressalta que embora não seja possível esperar que seu médico possa prescrever esses tratamentos de imediato, esse avanço representa um marco significativo.
A especialista também observa que até o momento, os estudos demonstraram que os tratamentos com células-tronco podem ser realizados com segurança, sem risco de efeitos adversos nos pacientes.
Ela explica: “A gente já viu nos milhares de camundongos testados que conseguimos fazer essa terapia de uma forma segura. Essa sempre foi uma preocupação, porque essas células-tronco, por elas poderem se transformar em qualquer tipo de célula do nosso corpo, havia sempre o medo de que elas pudessem virar um tumor.
“O que esses anos todos de pesquisa mostraram é que a gente tem a capacidade de domar essas células e fazer com que elas se transformem só do tipo de célula que vai ter um efeito terapêutico no paciente, seja um neurônio do Parkinson ou uma célula produtora de insulina para diabete.”
O simpósio realizado em Ribeirão Preto no final de setembro reuniu pesquisadores de diversos países e deixou uma impressão muito positiva, conforme a conselheira da Sociedade Internacional de Pesquisa com Células-Tronco.
Ela ressalta que os pesquisadores compartilharam avanços impressionantes, desde a pesquisa fundamental, que busca entender como uma célula pode se transformar em um neurônio, até a aplicação prática desses conhecimentos na terapia celular.
Fonte: G1
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