Pesquisa mostra como hospitais privados lidam com as tecnologias - FRONT SAÚDE

Pesquisa mostra como hospitais privados lidam com as tecnologias

Mapeamento inédito com 74 instituições aponta adesão à telemedicina, suporte para decisão clínica e métodos para garantir segurança para pacientes

Como os hospitais particulares lidam com a adoção de tecnologias? Qual o papel da telemedicina? E quais são os desafios para oferecer um atendimento de qualidade nos próximos anos? Essas são algumas das perguntas que conduziram uma pesquisa inédita da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) divulgada nesta segunda-feira, 28, com exclusividade para VEJA. O levantamento, com 74 instituições associadas, mostrou que 78% das unidades utilizam soluções para ajudar nas decisões clínicas no atendimento ao paciente e 74% consideram que a telemedicina é importante para o fluxo de pacientes, mas quase 90% dos hospitais classificam que engajar as equipes para o uso de novas propostas tecnológicas é o maior desafio.

O levantamento da ANAHP foi feito em parceria com a Wolters Kluwer Health, líder global provedora de tecnologias de suporte à decisão clínica e soluções baseadas em evidência. Impactados ao longo da pandemia de Covid-19, que colocou instituições ao redor do mundo em situações extremas de gerenciamento de recursos e pacientes, os hospitais declararam que, nos próximos três anos, o maior desafio será equilibrar custos e manter altos níveis de qualidade do cuidado. A preocupação foi de 69% dos participantes.

Neste cenário, foi verificada a incorporação da tecnologia nos processos. “A inovação tecnológica é uma poderosa aliada, capaz de redefinir os padrões de excelência na promoção da saúde e no atendimento aos pacientes. Tendo isto em vista, a pesquisa proporciona uma visão completa do cenário de saúde e contribui para identificar as oportunidades de desenvolvimento do segmento”, explica Natália Cabrini, diretora de Estratégia de Mercado e Comercial de Global Growth Markets da Wolters Kluwer.

Em relação às soluções adotadas, 77% das instituições já utilizam ferramentas integradas ao fluxo de trabalho clínico e 85% contam com algum método tecnológico de referência de medicamentos para o processo de medicação, desde a prescrição até a administração.

Na visão de 55% dos hospitais, utilizar ferramentas de apoio à decisão clínica para elevar a qualidade do atendimento é “extremamente relevante” por levar a reduções de custos e melhorar questões operacionais.

Embora seja ressaltada como importante, a adesão às novas tecnologias ainda é um gargalo. Na análise, 70% das instituições declararam que as equipes clínicas “percebem a adoção de novas tecnologias com moderada ou alta receptividade”. No entanto, 89% declararam que “aumentar o engajamento das equipes na adesão de mudanças de processos ou adesão de novas tecnologias” é o principal desafio.

“Com base nas informações coletadas, os gestores de saúde estarão mais preparados para tomar decisões estratégicas, investindo em tecnologias e soluções que impulsionem a qualidade do cuidado, a eficiência operacional e a sustentabilidade financeira das instituições”, avalia Natália.

O papel da telemedicina

Fortalecida na pandemia, a telemedicina foi um dos tópicos do estudo e seu papel foi analisado desde a importância até seu uso nas diferentes etapas de atendimento.

Em 45% das instituições, a telemedicina é opção de atendimento primário . Em 43%, é um recurso para treinamento remoto da equipe clínica, enquanto em 32% é usada na divulgação de resultados de exames. Para 31% das unidades, é usada no monitoramento remoto de pacientes. Em 18%, na educação ao paciente e, em 12%, no processo inicial da admissão de pacientes.

“Os dados da pesquisa reforçam que a busca pela qualidade do cuidado e a segurança do paciente são uma prioridade para os hospitais. Desta forma, torna-se evidente que, ao enfrentar os desafios futuros de forma estratégica e adotar as ferramentas adequadas para garantir o conhecimento necessário, o setor estará melhor preparado para fornecer atendimento de excelência e promover a evolução contínua dos serviços prestados”, afirma Natália.

Texto de Paulo Felix para a Veja