O sonho de alcançar um corpo musculoso e definido em pouco tempo tem levado muitos homens a recorrerem ao uso de anabolizantes, substâncias sintéticas que prometem resultados rápidos. No entanto, médicos alertam que a utilização inadequada dessas substâncias, pode trazer sérios riscos para a saúde masculina, consequências de seu uso sem necessidade real ou orientação médica adequada.
Para entender sobre os riscos, importante dizer o que é um anabolizante. Segundo a Biblioteca Virtual da Saúde, do Ministério da Saúde, os anabolizantes são drogas que têm como função principal a reposição de testosterona (hormônio responsável por características que diferem homem e mulher). Isso ocorre nos casos em que tenha ocorrido um déficit desse hormônio, por exemplo, no envelhecimento, pois atuam no crescimento celular e em tecidos do corpo, como o ósseo e o muscular.
O primeiro aspecto abordado foi a influência dos anabolizantes na produção natural de hormônios masculinos. Segundo a endocrinologista Cecília Coimbra, especialista em emagrecimento e procedimentos corporais, o uso de anabolizantes pode interromper temporariamente a produção natural de hormônios, como a testosterona, o corpo identifica que não precisa mais produzir hormônios, pois já está recebendo externamente. Assim transitoriamente deixar de produzir pulsos de LH e FSH, o que leva a uma redução na produção de testosterona, como também a de espermatozoides.
Além disso, a Dra. Cecília destacou que tanto em homens como em mulheres, o uso de anabolizantes gera efeitos colaterais. No sexo masculino por exemplo, de imediato temos: aumento de acne; queda do cabelo; distúrbios na função do fígado; alterações no comportamento e retenção de líquido no organismo. E a longo prazo temos: tumores no fígado; hipertrofia ventricular esquerda; aparecimento de mamas; redução dos testículos, diminuição da contagem dos espermatozoides e calvície.
A endocrinologista destaca duas coisas, que o uso irregular de anabolizantes sem acompanhamento, está associado a comportamentos agressivos, paranoia, alucinações e psicoses. E que homens que apresentam alguma alteração nos exames de próstata, aumento de hematócrito e alterações hepáticas, correm riscos de terem mais complicações.
Dra. Cecília lembra que existe uma parcela da população masculina que a partir dos 40 anos evolui com andropausa e necessita de reposição hormonal masculina e neste caso, a reposição hormonal é segura e indicada. Pois melhora a qualidade de vida dos homens.
Em relação aos riscos cardiovasculares, a cardiologista Alinne Guimarães alertou que o uso de anabolizantes sem supervisão médica está associado a diversos problemas para o sistema cardiovascular masculino.
Entre os principais riscos mencionados pela Dra. Alinne, estão incluidos hipertensão arterial, dislipidemia (aumento do colesterol), alterações na coagulação sanguínea, cardiomiopatia (enfraquecimento do músculo cardíaco), arritmias cardíacas e aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC).
A cardiologista lembra que os anabolizantes podem afetar a pressão arterial através do aumento da produção de glóbulos vermelhos, o que leva ao aumento da viscosidade do sangue. Isso pode dificultar o fluxo sanguíneo e elevar a pressão arterial. Além disso, o uso dessas substâncias pode levar ao aumento da massa muscular do coração, conhecido como hipertrofia cardíaca, o que pode sobrecarregar o coração e aumentar o risco de problemas cardíacos.
É importante ressaltar que as consequências podem variar dependendo da dose, duração e frequência do uso dos anabolizantes, bem como outros fatores de saúde individuais. No entanto, o uso abusivo dessas substâncias, sem supervisão médica geralmente é considerado prejudicial para a saúde cardiovascular a longo prazo.
O correto é que haja acompanhamento médico adequado, com profissionais especializados como endocrinologistas e cardiologistas, essencial para garantir a segurança da saúde masculina ao lidar com questões relacionadas à reposição hormonal ou ao uso de qualquer substância que possa impactar o corpo de maneira significativa.
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