A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgou em 2020 dados que revelam a situação das Américas, indicando que a região foi ainda mais afetada após a pandemia da Covid-19. Com o objetivo de melhorar os índices e atender aqueles que necessitam, a agência da ONU irá implementar um plano.
Na semana passada, uma equipe de especialistas apresentou o relatório “Uma Nova Agenda para a Saúde Mental na Região das Américas” na sede da Opas em Washington. O diretor e médico brasileiro, Jarbas Barbosa, falou à ONU News sobre a urgência de medidas para promover a saúde mental.
Jarbas Barbosa destaca a importância de uma parceria com líderes e formuladores de políticas nas Américas para corrigir essa lacuna e fornecer ajuda a todos, incluindo os jovens. Elevar a questão da saúde mental em âmbito nacional e integrá-la em todas as políticas, tentar aumentar o financiamento para essa área e fortalecer os serviços de prevenção ao suicídio são algumas das 10 recomendações recebidas pela Opas para melhorar os índices de saúde mental nas Américas.
“A pandemia destacou o problema da saúde mental em toda a região. A saúde mental era um problema que talvez não tivesse tanta visibilidade. No entanto, nos últimos 20 anos, temos observado um aumento da taxa de suicídio em todas as Américas, tanto entre pessoas mais velhas quanto entre jovens, relacionado a vários fatores, como a falta de acesso, a desigualdade e a falta de atenção para problemas de saúde, como ansiedade e depressão. A pandemia amplificou tudo isso devido à incerteza e ao medo que as pessoas passaram a ter de morrer e de ver seus familiares e entes queridos falecendo”, explica Jarbas.
A Opas revela que em 2020, mais de 80% das pessoas com problemas graves de saúde mental não receberam tratamento, incluindo casos de psicopatia. Uma das propostas da agência da ONU agora é garantir os direitos humanos das pessoas que vivem com problemas de saúde mental, além de promover e proteger a saúde mental ao longo da vida. Melhorar a pesquisa em saúde mental e expandir os serviços nessa área são fundamentais para cuidar daqueles que necessitam de tratamento.
Barbosa também menciona a falta de oportunidades econômicas e a extrema pobreza como fatores que agravam a saúde mental. O álcool é responsável por 5,5% das mortes nas Américas, sendo a região com o segundo maior consumo dessa substância no mundo.
A Opas destaca que, em média, apenas 3% do orçamento nacional destinado à saúde dos países das Américas é investido em saúde mental. A Comissão de Alto Nível sobre Saúde Mental e Covid-19 foi criada em maio de 2022 e conta com a participação de 17 especialistas governamentais, da sociedade civil e acadêmicos.
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