De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal depositada em diferentes partes do corpo. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, apontou que 96 milhões de pessoas são obesas ou estão acima do peso no Brasil.
A obesidade é considerada a porta de entrada para outras doenças como câncer, hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares. Para saber se uma pessoa está obesa ou acima do peso, é necessário calcular o índice de massa corporal (IMC) e comparar com os valores de referência da OMS. O Dia Nacional de Combate à Obesidade é celebrado no dia 11 de outubro.
O endocrinologista Carlos Sérgio Rabelo elenca os principais mitos e verdades em relação à obesidade.
Verdades
– Se trata de uma doença crônica (o indivíduo tem que conviver para sempre com a doença;
– Ninguém tem obesidade por falta de força de vontade, muito menos por falha de caráter;
– Ela surge por uma série de fatores. O ambiente moderno é um deles, com a explosão do estresse, a diminuição nos níveis de atividade física e o aumento de ingestão calórica;
– O fator genético influencia para o surgimento ou manutenção da doença, com estudos demonstrando até 30% de contribuição desse fator;
– Está comprovado que relacionamentos sociais e romances são menos frequentes entre obesos, já que eles saem menos de casa devido à diminuição da autoestima. Agora, uma vez existindo o relacionamento, a obesidade pode interferir no relacionamento sexual. Ela está relacionada à redução da testosterona, o que pode levar a redução de libido e a problemas de ereção nos homens. Já nas mulheres, existe uma redução dos níveis de hormônio feminino e aumento no nível dos hormônios masculinizantes. As mulheres podem apresentar aumento de pelos, irregularidade menstrual e infertilidade. As chances de todos esses problemas se resolverem, com uma perda de peso na ordem de 10%, são bem grandes.
Mitos
– Para reduzir a obesidade, basta comer menos e se mexer mais. A matemática não é tão simples assim, já que embora dieta e exercício sejam fatores importantes, vários outros fatores desempenham importante papel como sono insuficiente, estresse psicológico, dor crônica, desreguladores endócrinos (hormonais), uso de corticoide, etc.
– A obesidade causa diabetes. A obesidade é um fator de risco para diabetes (um dos principais), porém nem todo obeso se tornará diabético e nem todo diabético é obeso.
– Pessoas com obesidade são desleixadas ou preguiçosas. Esse é um dos piores preconceitos criados ao longo da história sobre os obesos. A inatividade física contribui significativamente para a manutenção da doença, porém muitos outros fatores (como os já descritos acima) exercem papel fundamental no aparecimento da doença.
– A obesidade não afeta a saúde. Achar que a obesidade é uma “condição natural” a qual alguns estão determinados a ter é um grande mito. A perda de 5 a 10% do peso corporal teria drasticamente a morbidade (risco de doenças como diabetes, pressão alta e colesterol elevado, dentre outras), além de reduzir a mortalidade prematura em adultos.
A obesidade é fator de risco para uma série de doenças, ressalta o médico. “O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, além de problemas físicos como artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e de vesícula, problemas respiratórios como apneia do sono, cânceres, entre muitas outras. A obesidade pode, também, mexer com fatores psicológicos, acarretando diminuição da autoestima e depressão”, pontua.
O especialista enfatiza a importância do estilo de vida saudável como forma de prevenir a doença. “A prevenção contra a obesidade passa pela conscientização da importância da atividade física e da alimentação adequada. O estilo de vida sedentário, as refeições com poucos vegetais e frutas, além do excesso de alimentos ricos em gordura e açúcar precipitam o aumento do número pessoas obesas, em todas as faixas etárias, inclusive crianças”, afirma.
O médico Sérgio Rabelo recomenda uma avaliação com o endocrinologista, especialista no estudo dessa doença, para diagnóstico adequado, investigação de causas associadas e aplicação de tratamento individualizado para cada caso.
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