O papel do pediatra no Bullying - FRONT SAÚDE

O papel do pediatra no Bullying

O bullying pode ser classificado em físico, verbal, escrito, moral, material e cyberbullying. Para que ocorra, temos 3 personagens principais: 1. Os alvos: geralmente indivíduos que apresentam dificuldade de relacionamento interpessoal, baixa autoestima, ansiedade e depressão; 2. Os autores: pessoas com agressividade, delinquência e oposição a regras; 3. Os espectadores: que apresentam comportamento passivo e indiferente diante do ato de bullying. 

Para ser definido como bullying, deve haver: Intencionalidade sem motivo evidente: o autor não tem motivo e sabe que sua ação será desagradável ou poderá machucar, mas faz mesmo assim.

Repetição: somente são considerados bullying atos que se tornam repetitivos, contando a partir da 3a vez (exceção ao cyberbullying, que pode ser replicado muitas vezes em curto período de tempo e por isso basta um episódio).

Relação desigual de poder: o alvo se sente inferior em força física, desvantagem numérica (quando há mais autores que alvos), ou quando há visível diferença em autoconfiança, autoestima e popularidade.

Natureza das atitudes agressivas: buscam humilhar, intimidar ou isolar. Os atos incluem apelidar, debochar, agredir, difamar, ameaçar, pegar ou danificar pertences, excluir de conversas ou atividades. As graves agressões físicas não são consideradas bullying (como as que envolvem o uso de armas brancas ou de fogo, estupro ou sérias lesões corporais). 

É papel do pediatra sempre ter bom diálogo com a escola e os pais, encaminhar para apoio psicopedagógico tanto o alvo quanto o agressor, além de suspeitar e enfatizar junto à família sinais que podem sugerir bullying, como: ferimentos e hematomas recorrentes, roupas rasgadas ao chegar em casa, pânico ou desculpas na hora de ir à escola, sono agitado, alterações repentinas de humor, comportamento agressivo repentino e tendência ao isolamento.

O bullying, muitas vezes, é praticado por supostos amigos, que frequentam até sua casa. Por isso a importância de muita atenção e de jamais subestimar os sinais de seu filho! Procure ajuda!

Cristiana Trindade
Graduada em Medicina pela UFPA, Residência médica em pediatria e neonatologia pela FSCMPA. Já atuou na UTI Pediátrica da Santa Casa como intensivista e preceptora da residência médica de pediatria, atuou na UTI Neonatal da Maternidade Saúde da Criança e Clínica Pediátrica e também na Urgência e emergência da Clínica do Bebê. Atualmente pediatra e neonatologista em consultório particular.