No Dia Mundial de Prevenção ao AVC, especialista indica cuidados necessários à saúde - FRONT SAÚDE

No Dia Mundial de Prevenção ao AVC, especialista indica cuidados necessários à saúde

Com o risco global de Acidente Vascular Cerebral (AVC ou derrame) ao longo da vida de 1 em 4 pessoas, está claro que a ampla conscientização do público sobre os sintomas é fundamental para o esforço de salvar 5,5 milhões de vidas e melhorar os resultados para os 9 milhões de pessoas que sobrevivem ao derrame a cada ano. É a segunda maior causa de mortalidade no Brasil e o principal agente de incapacidade no mundo.

O Pará é campeão de internações por acidente vascular cerebral (AVC), com mais de 60% dos casos registrados na região Norte. De acordo com o Ministério da Saúde, até junho de 2019, o estado registrou o maior número de internações por complicações do AVC, somando quase dois mil casos.

De acordo com o neurologista Antônio de Matos, existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando há o entupimento de vasos sanguíneos em alguma área do cérebro; e o hemorrágico, quando um vaso intracraniano rompe.

Os sinais de alerta mais comuns são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental, alteração da fala ou da compreensão; alteração na visão, no equilíbrio, na coordenação, no andar; tontura e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

“O principal fator de risco para a ocorrência do AVC é a hipertensão arterial. Em seguida, vem, arritmia cardíaca, diabetes, tabagismo, colesterol alto e obesidade. Outros fatores estão relacionados à idade, raça e herança genética”, afirma o médico.

Existem algumas ações que ajudam a despistar se está na presença de um AVC:

– Peça à pessoa para sorrir. Se notar assimetria da face, ou seja, se o sorriso for só de um lado, pode ser sinal de que o outro lado da cara está paralisado;

– Peça para levantar os braços. Se tiver sofrido um AVC a pessoa poderá só conseguir levantar um dos membros;

– Fale com a pessoa. Observe se fala com clareza. Pode, inclusive, pedir-lhe para repetir uma frase. Se a pessoa tiver dificuldade em falar ou se as respostas forem incoerentes pode ter tido um AVC. Este é um dos sinais mais comuns;

– Caso verifique algum dos sinais acima descritos, registre a hora e ligue imediatamente para a emergência.

O AVC Isquêmico ocorre quando há uma obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria do cérebro, o que causa a falta de circulação vascular na região. O acidente vascular isquêmico é responsável por 85% dos casos de acidente vascular cerebral. Já o AVC Hemorrágico acontece quando um vaso se rompe espontaneamente e há extravasamento de sangue para o interior do cérebro. Este tipo de AVC está mais ligado a quadros de hipertensão arterial.

Em qualquer dos casos, o cérebro vê-se impedido de receber nutrientes e oxigênio, entrando as suas células em necrose ou morte do tecido cerebral. No caso do AVC isquêmico, existem tratamentos que podem ser eficazes se administrados até quatro horas e meia após o aparecimento dos sintomas. Por outro lado, em caso de AVC hemorrágico, pode ser necessário proceder a uma intervenção cirúrgica urgente.

Existem ainda outros sinais e sintomas que convém observar, sobretudo se surgirem em conjunto com outros: alteração da visão; dificuldade em andar, tonturas ou perda de equilíbrio; dor de cabeça de grande intensidade e sem causa aparente; sensação de náusea e vômitos durante alguns minutos ou horas; breve período de irresponsividade, desmaios, convulsão ou coma.

Como diminuir o risco de ter um AVC?

O neurologista afirma que praticar atividade física pelo menos 4 a 5 vezes por semana, por 30 a 40 minutos cada vez, é essencial. “Pode fazer a atividade física que você mais gostar! O importante é se mexer!”, afirma.

– Faça visitas periódicas ao clínico geral, para ter certeza de que sua pressão arterial, seu açúcar no sangue e seu colesterol estão em níveis adequados.

– Se houver qualquer alteração nestes níveis, não se desespere. O importante é fazer uso das medicações orientadas pelo seu médico, e fazer visitas periódicas a ele, para ter certeza de que está tudo bem.

– Pare de fumar e evite o consumo de bebidas alcoólicas em dose excessiva.

– Evite o estresse, busque sempre o bem-estar mental. – Mantenha uma dieta bem balanceada. E se estiver acima do peso, inicie uma dieta para emagrecer.

Matéria por Nathalia Proença – Jornalista