O cenário de consumo nas farmácias em 2024 revela tendências importantes, segundo dois estudos recentes.
As mulheres dominaram as compras no setor, respondendo por 60% das transações, segundo o Shopper Report da Bnex.
Além disso, os homens entre 40 e 49 anos e as mulheres entre 30 e 39 anos foram os principais consumidores, de acordo com sua faixa etária.
Esses dados reforçam a importância de entender as nuances de cada grupo de clientes.
Segundo Eduardo Donoso, especialista da Bnex, “compreender o comportamento de compra dos diferentes clusters de clientes é essencial para uma estratégia comercial eficaz”.
A análise mostra que horários de compra variam significativamente conforme a idade, revelando que uma comunicação direcionada pode aumentar as vendas.
HORÁRIOS DE COMPRA POR FAIXA ETÁRIA
Conforme o relatório da Bnex, o horário de pico para consumidores até 49 anos é às 18h, geralmente após o expediente.
No entanto, para os consumidores acima de 60 anos, o pico de compras ocorre às 10h da manhã, refletindo o estilo de vida mais tranquilo dos aposentados.
Para a faixa etária de 50 a 59 anos, os horários de compra apresentam uma leve mudança, com pico entre 10h e 11h da manhã.
Esses comportamentos têm implicações diretas no posicionamento dos pontos de venda (PDV) e na oferta de produtos.
Para os mais jovens, que compram ao fim do dia, a localização próxima a trajetos de volta para casa é crucial.
Já para os mais idosos, a conveniência de lojas próximas de suas residências, aliada a uma oferta de produtos específicos como medicamentos de uso contínuo, pode ser decisiva para a fidelização.
MUDANÇAS PÓS-PANDEMIA E O IMPACTO DO DIGITAL
Outro estudo, conduzido pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC), em parceria com a Unicamp, revela uma transformação nos hábitos dos consumidores farmacêuticos.
A sétima edição da pesquisa destacou que 70% dos compradores estão na faixa de 26 a 60 anos, e que as mulheres ainda predominam.
Além disso, 27% dos entrevistados afirmaram que já compram por meios digitais.
A digitalização do setor, impulsionada pela pandemia, demanda novas abordagens dos varejistas.
Valdomiro, porta-voz da pesquisa, explica que “o varejista precisa criar modelos híbridos de atendimento para acompanhar as mudanças nos hábitos de compra”.
Essa adaptação se mostra ainda mais necessária diante da crescente busca por preços competitivos – 88% dos entrevistados afirmaram que o preço é o principal fator de decisão de compra.
FIDELIZAÇÃO E PRECIFICAÇÃO
A pesquisa também mostrou a importância dos programas de fidelidade. Com 92% dos entrevistados participando de algum programa em farmácias, as empresas precisam investir em melhorar a experiência desses clientes.
Embora o valor do tíquete médio tenha caído em 15% desde 2021, a frequência de visitas às farmácias aumentou.
O desafio, portanto, é manter a lealdade do consumidor em um mercado cada vez mais competitivo.
Valdomiro alerta que as farmácias que não se adaptarem às transformações nos hábitos dos consumidores podem enfrentar grandes dificuldades.
“É necessário repensar o atual modelo de negócio para atender às novas demandas”, conclui.
Fontes: Medicina S/A e Revista da Farmácia
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