Em 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS), reconheceu o vício em jogos eletrônicos como uma doença. O chamado distúrbio de games, em inglês, “Gaming Disorder”, faz parte da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID-11).
Jogar vídeo game pode ser prazeroso e divertido, mas quando isso se torna um vício?
“O vício é tudo aquilo que se fica fixo num padrão de comportamento, onde a vida social começa a ser afetada. Se essa fixação atrapalha a sua produção, estudo e suas atividades, isso já é uma situação que está causando um dano e um sofrimento”, explica a psicóloga Silvia Vasconcelos sobre o que é um vício.
Segundo a psicóloga, o vício em jogar vídeo game dispara num efeito chamado dopaminérgico, que libera o hormônio do prazer, a dopamina. “Se você fica fixo nesse padrão só do prazer, você está num padrão disfuncional porque a vida não é feita só de prazer e satisfação. Ela tem os seus ganhos, suas perdas. Quando alguém fica fixo nesse comportamento, é uma fuga, sendo uma fuga, é um padrão de comportamento que não é funcional e isso vai gerar dano e sofrimento”, reitera.
A especialista alerta para três pontos a serem observados quando há suspeita de vício em jogar vídeo game:
- Quando há atividades do dia a dia estão sendo afetadas.
- Existência de fixação num padrão de comportamento;
- Fuga da responsabilidade, de uma dor ou de um sofrimento.
“No quadro de fuga, é necessário observar do que a pessoa está fugindo, o que tem naquele ambiente que é tão sofrido e ansiogênico e que faz o outro voltar toda a sua atenção para algo prazeroso”, comenta.
Ela esclarece que, nesses casos, um processo psicoterápico é necessário, pois ajuda a pessoa a sair desse padrão de comportamento para ter uma vida saudável e normal. “São analisados os gatilhos, os padrões de comportamento que levaram a pessoa ao vício, além do grupo que pode ajudar aquela pessoa a sair da situação”, afirma.
De acordo com Silvia também existe a relação de codependência da família. “O familiar sofre também quando vê um parente fixo naquele padrão de comportamento. Em algumas situações, é necessário uma terapia familiar para saber lidar, ajudar e identificar os sinais e para que a pessoa não tenha recaída”, finaliza.
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