Conheça os pró-fármacos, substâncias usadas pelos traficantes para ocultar drogas ilícitas - FRONT SAÚDE

Conheça os pró-fármacos, substâncias usadas pelos traficantes para ocultar drogas ilícitas

Os traficantes de drogas estão usando uma estratégia engenhosa para contornar as agências reguladoras: os pró-fármacos. Essas substâncias entram no corpo de forma inativa e se tornam ativas após interagirem com o organismo. Isso é utilizado na medicina de maneira legítima, mas também para ocultar drogas ilegais, como o LSD.

No contexto médico, os pró-fármacos são valiosos, mas seu uso indevido como pró-drogas é um problema crescente. O Reino Unido relatou essa tendência em 2014, e desde então, muitos pró-fármacos foram identificados, inclusive no Brasil em 2022.

Em relação aos estimulantes, algumas substâncias comercialmente disponíveis podem se transformar em anfetaminas no corpo, como o Clobenzorex, utilizado como rebite.

Além dos pró-fármacos, o grande desafio atual está relacionado às novas substâncias psicoativas (NSPs), que imitam drogas clássicas como metanfetamina, ecstasy, maconha, heroína, entre outras. A falta de conhecimento científico abrangente sobre essas NSPs é uma preocupação, desde a identificação laboratorial até os efeitos no organismo humano.

A peculiaridade dos pró-fármacos está na necessidade de transformações internas antes de se tornarem ativos, o que dificulta a detecção. Para identificá-los, são necessárias técnicas analíticas avançadas, como ressonância magnética nuclear e espectrometria de massas de alta resolução.

Com a constante entrada de novas substâncias psicoativas no mercado ilegal, o desafio dos toxicologistas e das autoridades é enorme. Estudos recentes mostram alta toxicidade dessas substâncias, mesmo em doses mínimas, e já há relatos de intoxicações e óbitos no Brasil.

Uma complicação adicional é que essas NSPs são frequentemente vendidas na forma de outras drogas conhecidas, como comprimidos e “selos,” o que aumenta o risco para os usuários que podem pensar que estão consumindo uma substância familiar.

Portanto, é essencial que a comunidade científica, profissionais de saúde e autoridades se unam para enfrentar essa crescente ameaça à saúde pública.

Fontes: BBC e Conselho Federal de Farmácia