Hospital Metropolitano cria dispositivo que dá autonomia para pacientes amputados - FRONT SAÚDE

Hospital Metropolitano cria dispositivo que dá autonomia para pacientes amputados

Alimentar-se sozinho ou usar o celular estão entre as atividades possibilitadas por meio dos dispositivos, feitos totalmente com materiais de baixo custo

Oportunizar aos pacientes as melhores condições para a rápida recuperação de traumas graves, com qualidade de vida, está entre as principais missões de todos que atuam no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém.

Cumprindo esse objetivo, o HMUE, por meio da equipe de terapia ocupacional, vem desenvolvendo dispositivos de baixo custo que dão mais autonomia aos internados. “Muitos dos nossos pacientes terão que lidar com sequelas graves como a amputação de membros, por exemplo. Nosso objetivo é minimizar os impactos negativos agregados pelos traumas sofridos por esses pacientes e agregar com mais qualidade de vida, aqui dentro e também lá fora, em suas rotinas normais”, comenta a terapeuta ocupacional do HMUE, Samanta Oliveira. 

“Entretanto, essa condição não é o final da vida e nós estamos aqui justamente para agregar com as melhores metodologias para que eles enfrentem seus diagnósticos e tenham de volta uma rotina dentro do mais normal possível”, finaliza Samanta.

Experiência do paciente

Internado há mais de 130 dias no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), Celso Pedrosa, de 31 anos, veio de Tailândia, nordeste paraense, após sofrer um acidente elétrico. Dada a gravidade do trauma, o eletricista precisou amputar os membros superiores para dar continuidade ao tratamento.

Necessitando de ajuda para se alimentar diariamente, a equipe desenvolveu uma prótese que garante autonomia para o jovem. “Ele reclamava muito por não conseguir mais se alimentar sozinho e isso rapidamente gerou uma inquietude na equipe. Foi quando pensamos em criar esse dispositivo que o coloca novamente como protagonista desse ato tão simples que é se alimentar”, comenta a terapeuta. 

Emocionado com a sensibilidade do cuidado conferido a ele, Celso agradece à equipe envolvida no processo de criação da prótese. “Não é tão fácil ter que lidar com tantas limitações, mas eu estou vivo e poderei retomar a essa atividade tão simples que é me alimentar sozinho, atitude que, quando temos, nem percebemos a tamanha importância que tem. Muito obrigado a todos os envolvidos para que isso aconteça”, disse ele.

“Toda novidade exige dedicação porque é um esforço empregado de algo que não era habitual para mim, mas tenho força de vontade em fazer dar certo. É uma superação diária”, conclui.

Entre os itens criados estão as órteses de mão, para lesões em punho, órtese de posicionamento ventral, usada para manter os dedos em medida que preserva a posição funcional da mão, órtese abdutora de polegar, além do dispositivo de adaptação universal para amputação.

Estrutura

Referência no tratamento de média e alta complexidade em traumas e queimados para a Região Norte pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência é gerenciado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) e dispõe de 228 leitos operacionais nas especialidades de traumatologia, cirurgia geral, neurocirurgia, clínica médica, pediatria, cirurgia plástica exclusivo para pacientes vítimas de queimaduras e leitos de UTI.

O HMUE recebe pacientes da Região Metropolitana de Belém, de outros municípios do Pará e até de outros Estados. Em 2022, realizou mais de meio milhão de atendimentos, entre internações, cirurgias, exames laboratoriais e de imagem, atendimentos multiprofissionais e consultas ambulatoriais.

Texto de Alberto Dergan para Agência Pará