Genéricos: desconstruindo preconceitos e promovendo acesso à saúde - FRONT SAÚDE

Genéricos: desconstruindo preconceitos e promovendo acesso à saúde

Como o próprio título diz, essa matéria será para esclarecer alguns tópicos sobre medicamentos genéricos. Isso porque a última pesquisa realizada em 2021 sobre Comportamento do Consumidor em Farmácia no Brasil pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), revelou que 63,9% dos consumidores compram pelo menos um medicamento de marca, e que dessa porcentagem, 24,4% não compram medicamentos genéricos.

Acredita-se que esse comportamento seja por simplesmente não confiarem nos genéricos, achando que não surtem o mesmo efeito como os medicamentos originais ou por pensarem que medicamentos genéricos são inferiores, seja por causa da embalagem ou pelo preço. Nós conversamos com a farmacêutica Luciana Lima da Farmácia Tem Tudo Popular para explicar de uma vez o que são os genéricos.

Luciana explica que o genérico é um medicamento que tem por substância ativa a mesma substância que o medicamento referência ou inovador, porém, o medicamento referência usa como marketing, um nome fantasia como marca, enquanto que o medicamento genérico utiliza somente o princípio ativo para sua identificação. Um exemplo claro disso é o Tylenol, sendo esse o nome fantasia, e a substância ativa o paracetamol.

Para aqueles que não acreditam na eficácia dos medicamentos genéricos, a farmacêutica enfatiza que eles têm o mesmo efeito terapêutico quanto ao medicamento referência, “um medicamento para ser considerado genérico precisa passar por testes de biodisponibilidade, onde são avaliados a absorção e velocidade de ação no organismo e quando são afirmados que a concentração na corrente sanguínea se equipara ao medicamento original, podemos afirmar que são bioequivalentes”. Assim, após comprovada sua eficácia a órgãos sanitários, sua comercialização é possível.

O brasileiro tem um certo comportamento de acreditar que o que tem valor alto é bom e o que tem valor baixo não. Mas no caso dos medicamentos genéricos, isso não se aplica e há uma justificativa para que o seu valor seja mais baixo que o valor do medicamento original. Luciana conta que eles são mais baratos porque a empresa do genérico só vai precisar fazer a produção e o controle de qualidade do produto, “ela não vai investir em pesquisas de desenvolvimento e testes que podem durar anos, sem falar da propaganda que também é necessário realizar, que as empresas dos originais fazem incisivamente e que custa caro”.

Em vista disso tudo, ela conta também que não existem algum caso específico que o medicamento de marca seja a única alternativa, “os medicamentos genéricos podem sim ser utilizados em qualquer situação e por qualquer paciente, tendo em vista que sua eficácia já foi legalizada” e ela continua que os medicamentos só tem vantagens sobre os originais, “ao escolher o medicamento genérico o paciente tem acesso facilitado, pois vende em qualquer farmácia ou drogaria e o preço é no mínimo 35% mais barato que o medicamento de marca, o que facilita a adesão a tratamentos por pessoas de baixa renda”.

Luciana finaliza dizendo que para reconhecer um medicamento genérico, é bem simples, “é só verificar na caixa do produto a tarja amarela com um grande ‘G’, a frase “Medicamento Genérico” e a baixo do princípio ativo dizendo “Medicamento Genérico Lei 9.787, de 1999.”