Estudo revela o perfil da menopausa na mulher brasileira
Menopausa escrito em blocos
Menopausa escrito em blocos

Estudo revela o perfil da menopausa na mulher brasileira

Um amplo estudo brasileiro publicado na revista científica Climacteric ofereceu novas informações sobre a experiência da menopausa entre as mulheres do país. Conduzido por uma equipe colaborativa de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Jundiaí, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Pavia, na Itália, o estudo revela dados significativos sobre a transição para a menopausa e os sintomas associados.

TRANSIÇÃO E SINTOMAS CLIMATÉRIOS: UM OLHAR ABRANGENTE

Conforme as descobertas, a idade média em que as mulheres brasileiras entram na menopausa é aos 48 anos, com a transição e irregularidade menstrual iniciando por volta dos 46 anos. O estudo também destaca que 73,1% das mulheres experimentam sintomas climatérios, incluindo as famosas ondas de calor, durante o período que compreende a pré e pós-menopausa.

IMPORTÂNCIA DA PESQUISA LOCALIZADA

Rogério Bonassi Machado, um dos autores do estudo e professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí, enfatiza a importância de estudos específicos da população para informar estratégias de saúde adaptadas às necessidades locais. Ele ressalta que entender o perfil da menopausa no Brasil é fundamental para orientar intervenções clínicas e políticas de saúde no enfrentamento dos desafios do climatério.

VARIAÇÕES CULTURAIS E CLIMÁTICAS: IMPACTO NA EXPERIÊNCIA DA MENOPAUSA

O ginecologista Sérgio Podgaec, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca a relevância dos estudos locais devido às diferenças culturais e climáticas entre os países. Essas variações podem influenciar como as mulheres vivenciam a menopausa e lidam com os sintomas, incluindo as ondas de calor.

DESAFIOS NO TRATAMENTO: BAIXA ADESÃO E ABANDONO PRECOCE

Embora a maioria das mulheres experimente os efeitos indesejados da menopausa, apenas 52% delas buscam tratamento, conforme revelado pelo estudo. Surpreendentemente, apenas 22% optam pela terapia de reposição hormonal. Razões para essa baixa adesão incluem questões socioeconômicas e preocupações com possíveis efeitos colaterais, como câncer de mama e trombose.

CONTRAINDICAÇÕES E NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO

É crucial ressaltar que as contraindicações da terapia hormonal se aplicam principalmente a mulheres com histórico prévio de câncer de mama. Para outras, é essencial discutir com um profissional de saúde os riscos e benefícios do tratamento.

DESAFIOS NA CONTINUIDADE DO TRATAMENTO

O estudo também destaca um padrão preocupante de abandono precoce do tratamento, com muitas mulheres interrompendo os cuidados em cerca de oito meses. Os efeitos colaterais, como sangramento irregular e dor nas mamas, são citados como motivos comuns para a descontinuação do tratamento.

INFORMAÇÃO E ACESSO SÃO CRUCIAIS

Diante dessas descobertas, é evidente que há uma necessidade urgente de fornecer informações precisas e acessíveis sobre a menopausa, bem como garantir o acesso equitativo a opções de tratamento eficazes. A pesquisa localizada desempenha um papel fundamental na adaptação das estratégias de saúde às necessidades específicas das mulheres brasileiras durante essa fase crucial de suas vidas.

Fonte: Veja Saúde