Uma pesquisa mostrou como o hormônio do crescimento age no cérebro e desempenha importante papel no estímulo do apetite, além de suas funções já conhecidas. O GH regula a capacidade da grelina, molécula conhecida como hormônio da fome, de induzir o aumento na ingestão de alimentos.
O trabalho, conduzido no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), revelou que a grelina atua na glândula hipófise, estimulando a liberação de GH. Esses dois hormônios têm receptores no hipotálamo, região na base do cérebro com várias funções, entre elas a regulação do apetite.
O estudo foi realizado com indivíduos com acromegalia, doença crônica provocada por uma disfunção da glândula hipófise, que passa a produzir o GH em excesso e provoca aumento anormal de extremidades do corpo, como mãos, pés e rosto.
Para entender a atuação dos dois hormônios, os pesquisadores da USP geraram camundongos machos geneticamente modificados que não possuíam receptor para o GH, especificamente em neurônios.
A grelina, o único hormônio ligado à sensação de fome, é produzido pelo estômago, enquanto outros hormônios gerados no intestino ou no tecido adiposo costumam causar sensação de saciedade. Descoberta em 1999, a grelina também está relacionada ao estresse, ajudando a entender o motivo de a fome mudar quando o organismo está exposto a situações extremas.
Já o GH foi descoberto há mais tempo, sendo que estudos da década de 1950 mostraram pela primeira vez sua estrutura. Até hoje é apontado como o fator mais importante ligado ao crescimento corporal.
A falta desse hormônio pode gerar o nanismo, quando o corpo não se desenvolve como deveria, fazendo com que a pessoa tenha uma altura máxima abaixo da média da população da mesma idade e sexo, podendo variar entre 1,40 e 1,45 metro. O excesso leva ao gigantismo (menos comum atualmente, pois tem tratamento aplicado desde os primeiros anos da criança) ou à acromegalia.
Fonte: Folha de S. Paulo
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