O vitiligo é caracterizado pela alteração da função ou ausência de melanócitos, que são as células responsáveis pela produção de melanina, que é o pigmento que dá a cor à pele, cabelo, pelo e olhos. Assim, devido à ausência de produção de melanina, há o aparecimento de manchas esbranquiçadas com localização e distribuição características, principalmente nas mãos, pés, joelhos, rosto e cotovelos, podendo também, em alguns casos, haver descoloração de cabelo e pelo e alteração na sensibilidade do local. Isso possibilita o diagnóstico essencialmente clínico.
Além disso, os sintomas de vitiligo são mais frequentes antes dos 20 anos, mas podem surgir em qualquer idade e em qualquer tipo de pele, embora seja mais frequente em pessoas de pele mais escura. A maioria dos pacientes não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada.
Como é feito o diagnóstico?
É bom salientar que o diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. Ele irá determinar o tipo de vitiligo do paciente, verificar se há alguma doença autoimune associada e indicar a terapêutica mais adequada. Inclusive, em alguns casos, para realizar o diagnóstico diferencial com outras doenças de pele, o médico pode indicar a realização de biópsia das manchas, principalmente para investigar a presença ou ausência de melanócitos, e a realização do exame com a lâmpada de Wood para identificar as áreas de vitiligo, que emitem fluorescência específica quando submetidos à luz UV. É importante também que sejam realizados exames de sangue, principalmente imunológicos, para verificar se há alguma indicação de que o vitiligo está relacionado às alterações autoimunes.
Apesar da sua causa ainda não estar esclarecida, acredita-se que está relacionada aos fatores genéticos, ambientais e imunológicos, podendo ser desencadeado por alterações autoimunes ou situações de trauma ou estresse, por exemplo. O histórico familiar também é considerado, pois cerca de 30% dos pacientes têm algum parente com a doença.
Vitiligo é contagioso?
Muito importante ressaltar que o vitiligo não é contagioso! Uma vez que não é causado por nenhum microrganismo, não há qualquer risco de contágio quando se toca na pele de uma pessoa com essa alteração de pele.
Vitiligo tem cura?
Atualmente, existem resultados excelentes no tratamento da doença. O fato de não se falar em cura, não quer dizer que não existam várias opções terapêuticas. O paciente tem que acreditar e buscar ajuda médica.
Como tratar?
Existem várias formas de tratamento que ajudam a melhorar a aparência da pele, reduzindo a inflamação do local e estimulando a repigmentação das regiões afetadas, como imunossupressores, corticoides ou fototerapia, por exemplo. O tratamento do vitiligo é individualizado e deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. Os resultados podem variar consideravelmente entre uma pessoa e outra. Por isso, somente um profissional qualificado pode indicar a melhor opção.
Uma dica importante é alertar que as áreas sem melanina são mais suscetíveis aos raios solares! Por isso, é importante que a pessoa use roupas que cubram essas regiões e, caso não seja possível, que faça uso de protetor solar com fator de proteção (FPS) mais alto. Em alguns casos, é possível também disfarçar as regiões mais esbranquiçadas com maquiagem, sendo indicado que seja utilizado um produto com FPS.
Em alguns casos, pode ser interessante ter acompanhamento psicológico, principalmente no caso das crianças, pois podem achar que são diferentes em relação às outras pessoas. Além disso, por mais que não seja uma doença contagiosa, é possível que exista preconceito, o que pode também fazer com que o processo de aceitação seja mais difícil.
Prevenção:
Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar vigilância periódica da pele e recorrer ao dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação e/ou esbranquiçadas, a fim de detectar a doença precocemente e iniciar cedo o tratamento.
Em pacientes com diagnóstico de vitiligo, deve-se evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Evitar o uso de roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição ao sol. Controlar o estresse é outra medida bem-vinda.
* Por Dra. Renata Bertino – Dermatologista e Docente IDOMED, repassado via assessoria de imprensa
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