Entenda a importância do convívio social para a qualidade de vida da pessoa idosa - FRONT SAÚDE

Entenda a importância do convívio social para a qualidade de vida da pessoa idosa

As conexões sociais são muito importantes para estabelecer uma base de relacionamentos saudáveis, e isso vale para todas as fases da vida que vão desde a infância até a velhice. As relações interpessoais podem trazer benefícios que ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Para algumas pessoas idosas, essas relações tendem a ficar menos frequentes, isso por que a partir de uma certa idade, passam a existir algumas limitações que têm o intuito de preservar o seu bem-estar, mas isso não significa que o idoso deve ficar apenas em casa ou recluso, ao contrário, é fundamental que esteja em um ambiente em que possa socializar, seja com os familiares ou com grupos de amigos.

A Doutoura em Enfermagem e especialista em Gerontologia e Presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Pará (SBGG-PA) Maria Izabel Penha explica que, conviver socialmente é necessário para a pessoa idosa porque ajuda a melhorar a sua qualidade de vida, além de enfatizar a importância de viver em conjunto com o outro. “O convívio social de pessoas idosas ou pessoas que envelhecem é super importante, é fundamental para o bem-estar, para a qualidade de vida. Os seres humanos não foram feitos para viver sozinhos. Eles foram feitos pra viver de forma agregada. Então, desde o nascimento até a morte, a pessoa precisa ter um contato social, um convívio social com outros. No caso dos idosos, eles sempre tem a família ao seu lado. Quando não tem família afetiva ou família consanguínea, geralmente, eles tem os amigos que dão um certo suporte”, afirma.

A doutora pontua que na região amazônica há uma questão de que as famílias ainda são aquelas que pertencem a várias gerações, o que acaba impactando de forma positiva a vida desses idosos pois, eles podem estar com seus familiares como os filhos, sobrinhos, netos e bisnetos.

Segundo a especialista, as relações interpessoais das pessoas idosas garantem o bem-estar da saúde mental como forma de benefício. “A saúde mental das pessoas idosas precisam estar ajudando o resto do seu corpo a funcionar. Isso nós podemos conseguir estimulando o idoso a participar de um centro de convivência com atividades lúdicas, arteterapia e atividade física sempre em conjunto, o que é bom porque ele não vai realizar essas atividades sozinho, ele vai ter sempre outras pessoas da mesma faixa etária participando, convivendo, conversando, fazendo um lanche, participando de datas comemorativas. Isso é um convívio social benéfico para quem envelhece”, avalia.

Em casos de pessoas idosas que se tornaram pessoas reclusas ou que preferem passar mais tempo sozinhos, é importante avaliar a sua história de vida. “A reclusão da pessoa idosa é um fator, vamos dizer, coadjuvante, para que ela desenvolva processos depressivos, o que vai afetar a sua saúde mental e consequentemente a sua funcionalidade global”, detalha.

Mas, nesses casos, o cuidador ou alguém que faça parte do seu ciclo de convivência devem estimular o idoso a praticar atividades, claro, dentro de suas limitações. “Pessoas que gostam de ficar um pouco mais sozinhas podem ser estimuladas pelo cuidador ou pela pessoa mais próxima a pelo menos dar um passeio, se ela tiver condições físicas, lógico. Ir à uma praça, fazer uma visita a um amigo, enfim, essas são atividades que a gente pode estimular pois, alguns só gostam de estar sentados, assistindo televisão, mas isso não é muito bom”, ressalta.

Por fim, Maria Izabel enfatiza a importância dos projetos de extensão realizados por universidades com o intuito de ajudar a melhorar o convívio social e de prestar assistência para as pessoas idosas. “Algumas universidades no Brasil têm programas para estimular o convívio social entre pessoas de sessenta anos ou mais. Dentro desses projetos, existem atividades que podem ajudá-los a melhorar o seu convívio social, a melhorar a sua saúde mental, a melhorar a sua capacidade físico-funcional”, conclui.