Covid: apenas 1,2% dos adolescentes tomaram a nova vacina e o risco de infecção cresce entre eles - FRONT SAÚDE

Covid: apenas 1,2% dos adolescentes tomaram a nova vacina e o risco de infecção cresce entre eles

O recente aumento dos casos de Covid-19 alerta para a necessidade de colocar a vacinação contra Covid-19 em dia. Levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) divulgado na última sexta-feira (15) mostrou que a taxa de testes positivos para Covid-19 aumentou oito pontos percentuais no Brasil em apenas 15 dias. De acordo com um relatório, a positividade para a infecção pelo novo coronavírus atingiu 22,3% na primeira semana de setembro.

Dados do último Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgados na última quinta-feira (14), apontam para o crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19 em alguns estados do Sudeste e do Centro-Oeste. Acredita-se que aumento esteja associado à Eris, subvariante da Ômicron.

Por outro lado, dados do Ministério da Saúde compilados a pedido do GLOBO mostram que até a última quarta-feira (13), apenas 21,54% da população tomou a vacina bivalente, desenvolvida para proteger contra a variante Ômicron. Para efeito de comparação, para a vacina monovalente, a cobertura é de 87,09%.

A faixa etária com a menor adesão à vacina é a de adolescentes de 12 a 17 anos, com apenas 1,2% de cobertura vacinal. Já a idade de maior adesão é entre 75 a 79 anos, com 46,5% de cobertura. Os dados cobertura vai aumentando conforme a idade, mas permanece baixa de forma geral.

Confira abaixo a cobertura vacinal com o imunizante bivalente contra a Covid-19 por faixa etária:

  • 12 a 17 anos: 1,2%
  • 18 a 19 anos: 7,8%
  • 20 a 24 anos: 7,7%
  • 25 a 29 anos: 9%
  • 30 a 34 anos: 9,6%
  • 35 a 39 anos: 11,1%
  • 40 a 44 anos: 13,5%
  • 45 a 49 anos: 14,9%
  • 50 a 54 anos: 17,2%
  • 55 a 59 anos: 21,4%
  • 60 a 64 anos: 33,7%
  • 65 a 69 anos: 40,2%
  • 70 a 74 anos: 45,8%
  • 75 a 79 anos: 46,5%
  • 80 anos ou mais: 43,5%

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alertou que embora o ritmo de crescimento das novas infecções pelo Sars-CoV-2 não seja alarmante, “é fundamental a vacina no braço dentro da recomendação atual das doses de reforço”.

“O risco fica bem menor com a vacina, principalmente, para evitar o desenvolvimento de casos graves”, completou em comunicado.

Outros especialistas ouvidos pelo GLOBO têm a mesma opinião.

— O foco são as vacinas. Minha preocupação maior é que a cobertura no país de modo geral está baixíssima para a dose bivalente, que é a principal forma de proteção que temos hoje. Muitos dos grupos vulneráveis não estão com a vacinação adequada e fizeram a última dose há mais de um ano, quando sabemos que a proteção cai com o tempo — disse o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, em entrevista anterior sobre o assunto.

O pediatra Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destacou ainda a importância de os pais levarem os filhos para serem vacinados.

O Ministério da Saúde também reforça que a vacinação segue sendo a principal medida para redução de casos graves da Covid-19, com atualização das doses de reforço indicadas para cada faixa etária.

Fonte: O Globo