A forma correta de armazenar os alimentos em casa é uma prática importante para manter vitaminas e nutrientes. Além do Brasil estar na lista dos dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo, gerando um prejuízo de 940 bilhões de dólares, a intoxicação alimentar ocorre, principalmente em residências.
Segundo uma pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), mais de 210 mil pessoas apresentam sintomas de doenças transmitidas por alimentos diariamente no continente americano.
A nutricionista Larissa Ramos afirma que o consumo de comida contaminada pode causar desde um ligeiro desconforto abdominal até uma intoxicação alimentar. “Os sintomas mais intensos podem causas vômito, diarreia e até febre e desidratação. Alterações neurológicas também podem acontecer, como visão dupla, dificuldade para falar e engolir. Os efeitos no organismo dependem de como está o sistema imunológico da pessoa que ingerir o alimento deteriorado, o quanto o alimento está contaminado e o tipo de microrganismo que está causando essa contaminação”, alertou.
De maneira geral, os alimentos devem ser armazenados sempre separadamente para evitar a contaminação cruzada, como orienta a nutricionista. “A contaminação cruzada é um processo nos quais micro-organismos podem passar de um alimento a outro. Em relação aos recipientes, por exemplo, os mais indicados são os de vidro e de plástico, que garantem as propriedades organolépticas dos alimentos: cor, sabor, textura, odor, entre outras. Para o congelamento, o vidro é mais indicado. A madeira é o material menos indicado para o armazenamento, por ser biodegradável e apresentar grande risco de contaminação”, explicou Larissa.
Armazenamento correto de frutas e legumes
É preciso saber o que pode ou não ser guardado na geladeira em relação às frutas. “Algumas frutas que podem ser guardadas na geladeira, como o mamão, morango, uva, pêssego, melancia cortada, melão cortado. Algumas frutas que devem ser armazenadas em ambientes arejados e devem ser guardadas em fruteiras são banana, maçã, pera, frutas cítricas, melão inteiro, melancia inteira. Deve-se evitar misturar frutas que liberam etileno, gás natural que propicia o amadurecimento de algumas frutas, mas que pode acelerar o apodrecimento de outras. São elas: banana, maçã, melão, mamão, pera, uva, abacate, manga”, afirmou.
Quanto às verduras, é possível armazená-las na geladeira por muitos dias, segundo a nutricionista. “O armazenado é possível sem que elas estraguem ou fiquem moles. Lave-as, seque bem e guarde em um saco ou pote fechado com papel toalha dentro. Deixe o recipiente na parte inferior da geladeira, onde é menos frio, pois as temperaturas mais baixas podem queimar as folhas”, recomendou.
Atenção com as proteínas
Por serem facilmente perecíveis, a carne é um dos itens que devem ser armazenados com mais cuidado. A nutricionista revela que a carne resfriada deve ser consumida no máximo em até 72 horas. “Quando guardadas para resfriar, devem ser sempre colocadas em um recipiente fechado hermeticamente, ou na embalagem original, para que ela não fique exposta.
Ao serem congeladas, requerem outros cuidados. Não devem ser temperadas, para não sofrer alteração no sabor; as gorduras e cartilagens devem ser mantidas, pois atuam como capa protetora; de preferência, devem ser armazenadas inteiras, pois quando cortadas possuem mais superfícies expostas que ficam propensas a proliferação de bactérias. Porém, se não for usar pedaço inteiro quando o descongelar, corte a carne em bifes, guardar em porções individuais, podendo descongelar a quantidade correta para cada preparo”, explicou.
A melhor opção de armazenamento é utilizar embalagens que contenham o mínimo possível de ar e sempre fechadas para evitar que a carne fique exposta. “Quando congeladas inteiras, possuem cerca de 8 meses de validade. Quando congeladas em bifes, possuem cerca de seis meses. A carne moída possui o prazo de validade de até três meses. Um dica para ajudar a lembrar dos prazos é colocar etiquetas com a data da compra nos recipientes que armazenar, e organiza-las colocando as mais novas atrás ou em baixo”, concluiu.
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