O câncer de mama não é uma doença exclusiva, realizada com diagnósticos ou tratamentos exatamente iguais. Os pacientes podem necessitar de uma abordagem terapêutica diferente, de acordo com a variação na agressividade e tipo do tumor.
Para iniciar a terapia, primeiramente, o especialista identifica qual é o subtipo do câncer. que é realizado com base em fatores, como o grau de extensão do tumor, as características histológicas (formação, estrutura e função dos tecidos) e moleculares, e se está localizado somente na mama.
O tratamento se divide em:
- Locorregional: focado nas mamas e axilas, com o uso de cirurgias e radioterapias.
- Sistêmico: ação no corpo todo, com quimioterapia, terapia-alvo, hormonioterapia e/ou imunoterapia.
Segundo Felipe Cavagna, mastologista e diretor clínico do Centro de Referência da Saúde da Mulher do Hospital Pérola Byington, a cirurgia em geral é um dos primeiros tratamentos indicados para quase todas as pacientes. Porém, não significa que será a única forma de tratar a doença.
Cirurgia
Ela pode ser tanto conservadora quanto radical. No primeiro caso, apenas os tumores — com uma margem de segurança — são retirados. No segundo, é feita a mastectomia, ou a retirada total da mama, seguida ou não de reconstrução. Além dos tumores, alguns linfonodos (gânglios linfáticos) podem ser removidos para investigar se foram comprometidos pela doença.
Em casos de metástase, a cirurgia pode não ser um meio indicado — quando a doença não está localizada apenas nas mamas ou axilas. “Nessas situações, temos que avaliar cada paciente. Sempre que possível, operamos a mama e abordamos a axila”, reforça Cavagna. “A axila é importante para saber se existem linfonodos comprometidos com a doença. Isso indica que o tumor já está um pouco mais avançado e, portanto, temos que tratar de forma mais agressiva”, conclui.
Radioterapia
Outro tratamento locorregional, a radioterapia é indicada, principalmente, para pacientes que não retiraram a mama na cirurgia, considerando o comprometimento da axila e o tamanho do tumor.
O tratamento pode não provocar queda de cabelo e é composto por 15 a 30 sessões com duração aproximadamente de cinco minutos. Os efeitos colaterais geralmente são ardência no local, fadiga e sensação de queimação na pele. Pode gerar contraturas (tipo de cicatriz que restringe o movimento) em quem reconstruiu as mamas por meio de implante depois da cirurgia.
Quimioterapia
Realizado por via oral ou intravenosa, a quimioterapia é um tipo de terapia sistêmica, que age no corpo todo. O tratamento basicamente ataca todas as células que se multiplicam rapidamente. Mas já estão disponíveis novas drogas com efeitos colaterais menos intensos no arsenal atual da quimioterapia, segundo o cirurgião oncológico Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O tratamento é feito de acordo perfil do tumor. Entre os efeitos colaterais relatados, estão vômito, queda na imunidade e enjoo.
Terapia-alvo
No câncer de mama, o objetivo é bloquear moléculas que causam a proliferação das células tumorais. Os medicamentos funcionam como mísseis teleguiados, que atacam essas moléculas.
O tratamento é feito com diversas drogas que podem frear o avanço de tumores que possuem os alvos específicos. O câncer de mama com receptores HER2 é um deles. Existem outras medicações para pacientes que apresentam mutações de BRCA1 e BRCA2, por exemplo — genes que estão associados ao câncer de ovário.
Hormonioterapia
Pode ser indicada a pacientes com tumores que são estimulados por alguns hormônios. Os tratamentos dessa classe terapêutica bloqueiam essa ação hormonal tanto de uma forma quanto de outra.
A administração geralmente é feita via oral. A duração do tratamento varia em torno de cinco a dez anos em alguns casos. O tempo depende do tumor e da resposta do tratamento.
Os medicamentos usados variam de acordo com o ciclo menstrual da paciente. Os inibidores de aromatase, por exemplo, são recomendados após a menopausa. Há drogas aplicadas em diferentes casos, como o tamoxifeno, que impede a ação do estrogênio nas células cancerígenas.
Imunoterapia
Relativamente nova, a imunoterapia potencializa o sistema imunológico do paciente para que ele mesmo possa enfrentar o câncer. Alguns tipos estimulam o sistema de defesa por completo, outros atuam no combate de células específicas.
A imunoterapia acusa a presença do câncer para o sistema imunológico, e vem apresentando resultados positivos em diferentes tipos de tumor.
Fonte: UOL
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