O uso de ácidos no rosto é uma tendência cada vez mais popular, principalmente entre as mulheres. Esses produtos são capazes de promover uma série de benefícios, como clarear a pele, reduzir a acne e as rugas, e melhorar a textura. No entanto, é importante saber como usar ácidos com segurança, pois eles podem causar danos à pele se não forem utilizados corretamente.
Para não correr esses riscos e prejudicar sua pele, nós conversamos com o dermatologista Othelo Amaral de Oliveira, especialista em cosmiatria. Para aqueles que não conhecem, ele explica que os ácidos são substâncias com pH baixo que constituem grande parte dos produtos dermocosméticos, isolados ou combinados, por terem um alto poder de renovação celular na pele.
Usando um método que remove delicadamente a camada superior da pele, eles estimulam a regeneração e produção de proteínas vitais. Trazendo benefícios como a diminuição de manchas, melhorando a textura da pele, do viço e hidratando. Mas Othelo alerta que como qualquer outro cosmético, eles podem causar reações de hipersensibilidade, irritações e alergias, podendo gerar manchas pelo uso inadequado.
Sabendo disso, como a pessoa deve usar os ácidos? A primeira coisa que Othelo recomenda e a mais importante é consultar um dermatologista para avaliar sua pele e indicar os melhores produtos individualmente. Depois verificar se sua pele não tem contra indicação, como sensibilidade, rosácea ou alergia. Após essa avaliação, pode iniciar aplicando poucas vezes na semana, 1X e aumentando gradativamente a frequência de acordo com a tolerância da sua pele. Sempre hidratar a pele antes do uso de ácidos e usar sempre protetor solar todo dia e no decorrer do dia.
Vamos conhecer os principais tipos de ácidos para a pele e como são divididos:
ALFA-HIDROXIACIDOS (GLICÓLICO, LÁTICO, MANDÉLICO, dentre outros)
Tem a capacidade de renovação celular e melhora do viço e manchas. Dependendo da concentração, podem ser usados de dia antes do protetor solar e/ou a noite após o hidratante.
BETA-HIDROXIÁCIDOS (ÁCIDO SALICILICO, dentre outros)
Capacidade de tratar peles espessas e oleosas, bem como melhorar a acne.
DERIVADOS RETINOICOS (TRETINOINA / ÁCIDO RETINÓICO, ADAPALENO, RETINOL, RETINALDEIDO)
Substâncias capazes de atrofiar as glândulas sebáceas, tratando acne, e de estimular a produção de colágeno superficial, sendo os produtos anti-idade tópicos mais potentes que existem até o momento.
ÁCIDOS HIALURÔNICOS
Já existe na nossa pele naturalmente, que tentamos repor no intuito de hidratar a pele e suavizar linhas finas, dependendo do peso molecular utilizado no produto.
ÁCIDO TRANEXÂMICO
Este é utilizado no intuito de controlar a circulação do sangue da pele e ajuda no clareamento de manchas, como o melasma.
GEL DE LIMPEZA
É apenas um veículo para higiene da pele, no qual podem ser adicionados ácidos na sua composição ou não. Os géis de limpeza que contém ácidos são geralmente os que controlaram oleosidade e ajudam nas manchas.
NIACINAMIDA
Muitos acham que é um ácido, mas não é. É uma substância com propriedade anti-inflamatória, clareadora e rejuvenescedora. Muito interessante para acne e melasma, por exemplo.
PEPTIDE
Também não é ácido, são moléculas capazes de provocar um efeito rejuvenescedor ao fazer uma dieta rica em proteína à pele e participar como mediadores de processos moleculares do estímulo de colágeno superficial.
VITAMINA C
O famoso ácido ascórbico, mas que também pode vir como outras substâncias precursoras nos produtos, que vão ser ativadas na pele, devido sua instabilidade nos frascos. Sua ação é antioxidante, diminuindo os radicais livres, que é o estresse oxidativo provocado pela radiação e pelo envelhecimento. Com isso, promove efeito clareador, de melhora do viço e anti-idade.
Após todo esse conhecimento sobre os ácidos e como usá-los, algumas recomendações são necessárias, Othelo diz que é fundamental pesquisar por marcas de laboratórios conceituados quando for escolher o produto. E durante a gravidez deve-se evitar o ácido salicílico, os derivados retinoides (ácido retinóico / tretinoina, adapaleno, retinol, retinaldeido) e concentrações altas de glicólico. Já na amamentação, apenas ter cautela de evitar o contato da pele tratada com a pele do bebê, pois eles não são excretados pelo leite materno.
Othelo finaliza dizendo que não existe produtos que não podem se misturar. No entanto, o uso de muitos ácidos numa mesma rotina pode aumentar o risco de sensibilização ou irritação. O segredo é equilibrar. E nunca faça essa rotina de pele, sem se consultar com o dermatologista, na consulta médica, vão ser capazes de identificar o tipo de pele e sua necessidade, se tem alguma condição patológica para tratar como acne, melasma ou rosácea, se tem alguma contra-indicação ao uso de alguma substância e receber orientações e mais opções dos melhores produtos para cada caso.
Deixe uma resposta