Falar sobre libido sexual é importante, afinal, também se trata da saúde, mas esse assunto pode ser visto como um tabu para algumas pessoas, por isso, esclarecer alguns pontos sobre o assunto é essencial, pois existem fatores que podem ocasionar a perda ou redução da libido. “Libido é uma palavra que vem do latim e significa desejo ou anseio. É usada como sinônimo para desejo sexual e tem base hormonal e neurobiológica e social, ou seja tem influência multifatorial”, explica a endocrinologista Samile Yared.
Segundo a especialista, a libido sexual se manifesta na puberdade, por volta dos 9 aos 14 anos, quando acontecem a maturação das glândulas responsáveis pela produção dos hormônios sexuais: estrogênio, progesterona e testosterona.
Ela esclarece que durante esse período, a consciência do corpo e das sensações de prazer passam por uma expansão. “As primeiras mudanças significativas que caracterizam a passagem da infância para a adolescência e fase adulta são mais perceptíveis: crescimento dos pêlos, do membro genital e os novos estímulos visuais tornam-se uma novidade para exploração do corpo e as novas experiências sensoriais mesmo antes do início da vida sexual”, afirma.
A médica pontua algumas causas que podem fazer com que uma pessoa perca ou reduza o desejo sexual:
Estresse: além de toda descarga de adrenalina, queda de serotonina, desregula alguns hormônios que vão interferir no desejo sexual.
Dietas restritivas: diminuir caloria é diminuir energia e consequentemente ânimo para pensar em sexo, imagina executar. Além dos hormônios precisarem de substratos densos, como colesterol, para produzir hormônios sexuais.
Anticoncepcionais hormonais: o uso de hormônios externos vai interferir na produção dos hormônios internos (estrogênio, progesterona e testosterona) e assim diminuir a libido em algumas mulheres. Lembrando que nem todas terão esse efeito colateral.
Hipotireoidismo: a diminuição dos hormônios tireoidianos diminui o metabolismo, e naturalmente a energia do indivíduo. Estar com desejo sexual é contrário a alteração que o corpo está passando.
Ciclo Menstrual: a libido muda em cada fase do ciclo menstrual. Quando os níveis de estrogênio e testosterona estão lá embaixo, a vontade sexual segue o fluxo.
Prolactina alta: tanto em homens quanto em mulheres. A prolactina é um hormônio diretamente relacionado com os hormônios sexuais e também diminuirá a libido se estiver alta.
Menopausa: é a parada da produção hormonal dessa mulher. Além da diminuição desejo, a diminuição da lubrificação vaginal também prejudicará.
Obesidade: o acúmulo de gordura visceral leva a modificações nos níveis de testosterona e baixa de libido.
Medicações: antidepressivos e anti-hipertensivos pode ter esse efeito colateral. Não devem ser suspensos por esse motivo sem orientação médica.
Relacionamento: como está sua relação como você mesmo? E com o parceiro (a)? As boas emoções são gatilhos para o estímulo sexual e o desejo pelo outro.
Samile lembra que existem pessoas que não tem libido sexual, como os os assexuais, que não têm a sexualidade orientada nem para hétero, nem para homo, nem para bissexualidade. “Não sentem nenhuma atração sexual; não sentem necessidade de fazer sexo e vivem muito bem assim. Esses indivíduos tem todos os hormônios absolutamente normais e são saudáveis”, destaca.
Quem tem mais libido? Homem ou mulher?
Segundo a especialista, não existe comparação quando se trata da libido, pois são muitos fatores envolvidos. “A maioria das pessoas acredita que os homem tem mais desejo sexual do que as mulheres, pois relacionam unicamente ao nivel do hormônio testosterona. O que é um equívoco. Porém, podemos ter perfeitamente mulheres com a libido excelente, pois os outros fatores como saúde física, metal e qualidade de relacionamento superam qualquer comparativo hormonal”, comenta.
Dicas
A endocrinologista destaca que para melhorar a libido sexual é importante identificar qual fator pode estar interferindo. “Não se cobrar de forma alguma e procurar um profissional que possa ajudar na investigação. Estar com a libido baixa não significa que exista necessariamente uma doença instalada”, ressalta
Além disso, a médica pontua que estar com especialistas abrevia diagnóstico e a identificação de fatores que podem ser responsáveis pela diminuição da libido. “A vida sexual saudável é sinônimo de prazer e todos tem essa possibilidade”, finaliza.