Casos de Covid-19 e gripe estão em queda, segundo Fiocruz; Belém está entre as capitais com indícios de crescimento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave - FRONT SAÚDE

Casos de Covid-19 e gripe estão em queda, segundo Fiocruz; Belém está entre as capitais com indícios de crescimento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

A covid-19, causada pelo vírus Sars-CoV-2, está em queda na população adulta na maioria dos estados brasileiros. Também há indícios de interrupção no aumento de casos de influenza A, vírus que causa a gripe. É o que aponta o boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (12).

A análise referente à Semana Epidemiológica do período de 25 de junho a 1 de julho mostra que o vírus sincicial respiratório (VSR) ainda é o principal vírus identificado em crianças. Já em relação ao quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na esfera nacional, o estudo aponta queda nos novos casos na tendência de longo prazo, nas últimas seis semanas, e de crescimento a de curto prazo, nas últimas três semanas.

Ainda segundo a análise, o Acre (AC), Amapá (AP), Goiás (GO), Pará (PA) e Rio Grande do Norte (RN), apresentam sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo. No Acre, Amapá, Pará e Rio Grande do Norte, o crescimento recente está associado às crianças. Em Goiás, o indício de aumento de SRAG corre tanto em crianças e adolescentes quanto na população a partir de 65 anos.

Nove capitas apresentam indícios de crescimento de casos de SRAG: Belém (PA), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA). Na maior parte das capitais, o aumento prevalece em crianças.

Segundo o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, o momento ainda exige cuidados. De acordo com ele, diversos estados das regiões Norte, Nordeste e Sul estão em situação de estabilidade em patamares elevados na população pediátrica. “Tal cenário mantém a necessidade de atenção e ações para diminuição da transmissão de vírus respiratórios. As internações no público infantil manteve crescimento semana após semana durante um longo período e, mesmo tendo interrompido em alguns estados, mantém números expressivos de novas internações. Isso faz com que os leitos pediátricos continuem com alta demanda”, explica o pesquisador.

Segundo Gomes, no Amazonas, há um aumento recente nos casos de SRAG para bocavirus entre crianças pequenas, doença que apresenta sintomas como rinorréia (secreção excessiva), tosse, febre e chiado. Em Santa Catarina, foi constatado casos para rinovírus e metapneumovírus, um dos vírus mais frequente nas infecções do trato respiratório em crianças depois do VSR. Ele alerta ainda que, em ambos estados, o VSR mantém claro predomínio nessa faixa etária, como no restante do país.

Faixa etária

Os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária demonstram queda para os casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) em todas as faixas etárias da população adulta. Nas pessoas de 15 a 49 anos e de 50 a 64, o volume de casos positivos para influenza A nas semanas recentes é similar para Sars-CoV-2.

Segundo o estudo, a partir de 65 anos, a Sars-CoV-2 ainda é predominante, embora haja sinal de queda, enquanto o percentual associado aos casos positivos para influenza A mantém sinal de avanço em boa parte do país. No entanto, há indícios de possível interrupção no aumento de ocorrências de SRAG associados ao vírus influenza. A análise mostra ainda que entre as crianças pequenas prevalece os casos associados ao VSR, dando lugar ao influenza A à medida que a idade avança ao público jovem.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 12,8% para influenza A; 4,5% para influenza B; 40,7% para VSR; e 22,4% para Sars-CoV-2 (Covid -19). Nos óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 18,3% para influenza A; 4,7% para influenza B; 11,5% para VSR; e 58,1% para Sars-CoV-2.