Tem aumentado o número de pacientes obesos em emergências nos hospitais do Brasil, seja pela obesidade ou não.
O que fez perceber que não há estrutura e capacitação das equipes para atendê-los.
Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a falta de preparação adequada em muitos hospitais pode comprometer o atendimento, resultando em atrasos críticos que agravam as condições dos pacientes.
DESAFIOS ESTRUTURAIS E TÉCNICOS NO ATENDIMENTO
Nos departamentos de emergência, o tratamento de pacientes obesos é mais complexo, exigindo o uso de macas reforçadas, cadeiras de rodas maiores e até equipamentos específicos para exames.
A dificuldade de realizar procedimentos como intubação e obter acesso venoso é uma realidade frequente, muitas vezes aumentando o risco de infecções e complicações.
Além disso, a realização de exames de imagem, como radiografias e tomografias, pode ser limitada pelo excesso de tecido adiposo.
Outro aspecto crítico é o tempo necessário para a obtenção de diagnósticos em pacientes com obesidade, o que pode comprometer procedimentos urgentes, como a ressuscitação cardiopulmonar.
PROPOSTAS PARA MELHORIA DO ATENDIMENTO
Diante dessa realidade, Abramede e Abeso propõem adaptações urgentes nas estruturas hospitalares e na formação médica.
Protocolos padronizados para o atendimento de pacientes com obesidade grave, junto a políticas públicas que incluam treinamento específico para médicos residentes, são algumas das ações sugeridas.
As entidades também enfatizam a importância de combater o estigma da obesidade nos serviços de saúde, promovendo uma abordagem mais humanizada e livre de preconceitos.
IMPACTO DA OBESIDADE E SUAS COMORBIDADES
A obesidade, classificada como uma das maiores preocupações globais de saúde, afeta não apenas o Brasil, mas o mundo todo.
Segundo a Federação Mundial de Obesidade, 3,3 bilhões de adultos estarão acima do peso ou com obesidade até 2035.
No Brasil, o Ministério da Saúde aponta que 61,4% da população das capitais está com sobrepeso, e 24,3% vive com obesidade.
Esse cenário exige atenção, pois a obesidade é um dos principais fatores de risco para doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Especialistas destacam que a prática de atividade física e mudanças no estilo de vida são fundamentais no combate a essas comorbidades.
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA E HÁBITOS SAUDÁVEIS
Além do monitoramento do peso, é essencial que os pacientes com obesidade adotem um estilo de vida ativo, com a prática regular de exercícios
Segundo profissionais, a atividade física ajuda a reduzir a resistência à insulina, diminuir os níveis de cortisol e melhorar a produção de hormônios importantes no controle do apetite e do bem-estar.
A adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, a prática de exercícios e o acompanhamento médico regular, são essenciais para o sucesso do tratamento da obesidade.
Instituições de saúde destacam que, apesar de ser um desafio complexo, o crescimento do interesse por práticas de bem-estar e prevenção tem aumentado nos últimos anos, especialmente após a pandemia de Covid-19.
COMBATE AO PRECONCEITO E PROMOÇÃO DE UMA SAÚDE MAIS HUMANIZADA
Além das questões técnicas e estruturais, é fundamental que o atendimento a pacientes obesos nas emergências seja feito de forma empática e livre de preconceitos.
Abramede e Abeso defendem campanhas de conscientização para combater a gordofobia e garantir que os profissionais de saúde adotem uma linguagem apropriada e acolhedora, promovendo um atendimento mais humanizado e eficiente.
Fontes: Agência Brasil e Anahp
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