De acordo com um estudo realizado pelo LinkedIn, 62% dos profissionais declaram estar muito ansiosos e com alto nível de stress. Segundo a pesquisa, 43% dos entrevistados estão se exercitando menos e 33% tiveram piora da qualidade do sono. O modelo de home office fez com que muita gente precisasse compatibilizar o trabalho ao convívio familiar, por conta do fechamento das escolas na pandemia. Um outro estudo recente, da Microsoft aponta que os brasileiros lideram o ranking de mais estressados do mundo, e com a situação de trabalho imposta pela pandemia: 45% dos respondentes disseram estar esgotados física e mentalmente.
Descoberta em 1974 pelo médico americano Freudenberger, a síndrome de Burnout está registrada no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) como um dos fatores que influenciam a saúde ou o contato com serviços de saúde, entre os problemas relacionados ao emprego e desemprego.
Entre os sintomas estão a depressão, esgotamento físico e mental, sentimento de incapacidade e até pensamentos suicidas compõem a sintomatologia da Síndrome de Burnout, um transtorno cada vez mais comum mas, que se caracteriza por um estresse devastador, extremo, superior à capacidade pessoal de lidar com questões do dia a dia de modo eficiente, e é relacionado exclusivamente ao trabalho. Com grande impacto sobre o físico e o mental, leva a uma condição incapacitante até mesmo para desempenhar tarefas cotidianas.
A médica cirurgiã geral Carolina Beckman foi vítima da síndrome e, relata no livro “Surte ao Menos uma Vez” um episódio particular provocado pelo burnout e que a impossibilitou de continuar trabalhando durante o período de tratamento. Segundo o depoimento do marido, que a socorreu, a médica deixou de passar um tempo com a família e há dias apresentava estados de euforia, irritabilidade, e delírios de superioridade, entre outros comportamentos atípicos, e ele chegou a pensar que fosse pela dedicação aos projetos profissionais. Até que em uma manhã, apresentou uma sequência de comportamentos delirantes em que não estava consciente do modo como agia, conta no livro.
Como identificar e tratar o Burnout?
1. Compulsão em demonstrar seu próprio valor: é aquela necessidade de mostrar que você sabe fazer o que está fazendo, e com excelência.
2. Incapacidade de se desligar do trabalho e do telefone antes de dormir, trabalhar finais de semana (sem que seja pedido pela chefia).
3. Negação das próprias necessidades como sono, alimentação, tempo para a família e o lazer.
4. Fuga de conflitos. A pessoa percebe que há algo errado, mas evita enfrentar a situação e justifica seu comportamento como uma necessidade por um bem maior: contas, família, projetos, etc.
5. Ideação suicida ou depressão.
6. Dor de cabeça inespecífica, palpitações, tonturas, insônia, dores musculares.
A principal característica da doença é um estado de tensão física e emocional constante, o que leva o paciente a desenvolver, entre outras coisas:
- maior agressividade;
- alterações de humor;
- dificuldade de concentração;
- lapsos de memória;
- ansiedade;
- depressão e ideação suicida;
- baixa autoestima.
Geralmente, é difícil perceber e portanto, é recomendável estar aberto a ouvir as considerações de familiares e se houver uma piora do quadro de depressão, consultar um especialista.
O diagnóstico de burnout prevê direito a afastamento remunerado e até mesmo aposentadoria por invalidez em casos mais graves e existe tratamento pelo SUS.
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