A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) registrou um aumento três vezes maior na detecção de bactérias resistentes ao tratamento com antibióticos, as chamadas “superbactérias”. Foi considerado o período entre março de 2020 até outubro deste ano.
Em 2019, o Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz detectou pouco mais de mil bactérias resistentes. Em 2020, o primeiro ano da crise sanitária causada pela Covid-19, o número superou os 2 mil microrganismos que não respondem à ação de antibióticos. Já de janeiro de 2021 a outubro, o índice saltou para 3,7 mil amostras confirmadas.
A bióloga Ana Paula Assef, chefe do IOC, acredita que o surgimento de microrganismos resistentes se deve ao crescimento no número de internações durante a pandemia.
“Houve aumento no volume de pacientes internados em estado grave e por longos períodos, que apresentam maior risco de infecção hospitalar. Também houve aumento no uso de antibióticos, o que eleva a pressão seletiva sobre as bactérias. É um cenário que favorece a disseminação da resistência, agravando ainda mais um problema de alto impacto na saúde pública”, explicou ao site do laboratório.
A pesquisadora acrescenta que o uso dos medicamentos precisa ser mais equilibrado. “A alta na prescrição pode ser justificada pelo maior número de pacientes graves internados, que acabam desenvolvendo infecções secundárias e necessitando desses medicamentos. Porém, o uso excessivo precisa ser controlado para evitar que se impulsione a resistência bacteriana”, alertou.
Fonte: R7
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