No período de janeiro a 11 de agosto de 2023, o estado do Pará comemora uma queda significativa de 18,05% nos casos de dengue em comparação ao mesmo período de 2022, conforme a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA). Em 2023, foram registrados 3.391 casos confirmados da doença, em contraste com os 4.138 casos confirmados em 2022 nos municípios paraenses.
Entre os municípios mais afetados nesse período, destacam-se Parauapebas, Belém, Altamira, Afuá e Vitória do Xingu. Ainda que os números estejam em queda, a SESPA continua empenhada em reduzir ainda mais os casos, mantendo uma atuação constante tanto junto aos municípios quanto diretamente com a população.
A coordenadora de arboviroses da SESPA, Aline Carneiro, atribui a redução de casos ao trabalho conjunto com os municípios, incentivando a criação de salas de situação para auxiliar na redução dos casos confirmados. “O Estado fomenta planos de contingência de preparação para o período de maior número de casos, realizando reuniões constantes com todos os 13 Centros Regionais de Saúde do Pará. No último mês, nos reunimos com os 144 municípios para nos prepararmos para enviar os planos de contingência para o momento em que, tradicionalmente, os casos confirmados aumentam”, declarou a coordenadora.
Além disso, Aline enfatiza a importância da colaboração da população na prevenção de casos. “Reforçamos que é necessário realizar pelo menos uma vez por semana uma boa vistoria dos possíveis locais de proliferação do mosquito. Deve-se ficar atento para caixas d’água, ralos, calhas, vasilhames de animais domésticos, entre outros locais e objetos que acumulam água”.
A SESPA não tem poupado esforços na educação e mobilização da população paraense, apoiando a capacitação de servidores, realizando visitas técnicas aos municípios para assessoramento das ações do programa de combate à dengue, e distribuindo inseticidas larvicidas e adulticidas para os municípios.
A médica infectologista Andréa Beltrão, que atua no Hospital Barros Barreto e Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, avalia que a redução dos casos pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo uma possível subnotificação em relação ao ano anterior. Ela destaca que o clima seco não parece ter influenciado, mas sim o aumento das ações preventivas e a conscientização da população sobre a gravidade da doença.
A queda nos casos é um motivo para manter a vigilância e continuar a adotar medidas para evitar a proliferação da doença. A destruição dos criadouros do mosquito Aedes aegypti é apontada como uma das medidas mais eficazes. “Não deixar baldes virados para cima, prato embaixo dos vasos de plantas, piscinas sem manutenção, ou seja, eliminar tudo que leve a água a ficar parada por muito tempo”, enfatiza a infectologista.
A conscientização desde a infância desempenha um papel crucial na prevenção da dengue, segundo Andréa Beltrão. “Para as crianças, principalmente até aos sete anos, o que aprendem nesse período torna-se um hábito, muitas vezes para o resto da vida, e as ações de prevenção ficam no piloto automático. É super importante que a conscientização comece na infância, e os pais, como principais responsáveis, têm que dar exemplo”.
A infectologista Helena Brígido, da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI), reforça que as medidas de prevenção devem ser mantidas, como telagem nas portas e janelas, uso de mosquiteiros, eliminação de garrafas e pneus com água, e evitando o acúmulo de água nos quintais e outras áreas. Fontes: Agência Pará e O Liberal
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