Saúde Digestiva: nutricionista explica quais alimentos podem diminuir ou aumentar o risco de doenças gastrintestinais - FRONT SAÚDE

Saúde Digestiva: nutricionista explica quais alimentos podem diminuir ou aumentar o risco de doenças gastrintestinais

Uma alimentação balanceada, rica em legumes, verduras, frutas e grãos integrais ajudam a manter a saúde do trato digestivo. De acordo com Mahyá Martins, preceptora de estágio de nutrição na Estácio, essa é uma atitude básica para prevenir as doenças gastrintestinais.

“As fibras presentes nesses alimentos auxiliam no peristaltismo intestinal, que são os movimentos responsáveis por fazer com que o bolo alimentar caminhe ao longo do trato gastrointestinal, para que a digestão ocorra de forma eficaz, evitando assim alguma alteração nesta região”, esclarece a especialista.

Com o intuito de conscientizar as pessoas sobre esses problemas de saúde, a Organização Mundial de Gastroenterologia estabeleceu o dia 29 de maio como a data marco para reforçar sobre a importância do diagnóstico precoce e a escolha de uma alimentação correta para prevenir distúrbios no aparelho digestivo.

Da mesma forma que é preciso priorizar alguns alimentos, Mahyá diz que o mais indicado é evitar outros, como os industrializados, frituras e excesso de gordura, que levam mais tempo para serem digeridos e aumentam a chance de refluxo, azia e queimação, podendo lesionar a estrutura do trato gastrointestinal e levar ao aparecimento de gastrite e úlceras. Acrescido a isso, altas taxas de nitrito e nitrato, existentes em alimentos defumados e ultraprocessados, como a salsicha e mortadela, em excesso ao longo dos anos também favorecem o aparecimento de doenças, como o câncer gástrico.

“Nossa culinária paraense, por exemplo, tem muitas preparações nas quais são adicionados alimentos gordurosos, como na maniçoba, portanto, o consumo dessas comidas que levam mais sal, gordura e embutidos deve ser feito de forma esporádica para evitar a irritação gástrica, não sendo recomendada de forma semanal ou diária”, alerta.

Prevenção

No Brasil, entre as doenças mais comuns, estão a dispepsia funcional (popularmente conhecida como gastrite), câncer colorretal, doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Nessa lista, também entra a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que se manifesta quando o conteúdo do estômago retorna ao esôfago com frequência, um mal que acomete de 12% a 20% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva.

Se na correria do dia a dia é difícil arrumar tempo para organizar a alimentação de forma correta, a nutricionista orienta que o planejamento semanal pode ser o principal aliado para alcançar esse objetivo. “Uma dica é tirar um dia para já deixar prontas marmitas congeladas para a semana, pois assim facilita que você sempre tenha à disposição uma refeição completa. Além disso, é indicado ter lanches rápidos na bolsa, como frutas, iogurtes naturais e torradas integrais, que são práticas e de rápido consumo”.

Além da alimentação correta, outros hábitos devem ser adotados diariamente, como não pular refeições e tentar ter ao menos cinco refeições ao longo do dia, com lanches intermediários entre as principais, atitude que ajuda a evitar a fome abrupta e os exageros, principalmente para as pessoas com histórico de gastrite e úlceras. “A boa mastigação também é fundamental para melhorar o processo de digestão e absorção dos nutrientes. Além disso, um bom consumo de água diariamente é uma ótima maneira de garantir que o sistema digestivo funcione de forma adequada”, completa.