Já dura cinco dias, o incêndio localizado no aterro sanitário desativado no bairro do Aurá, em Ananindeua, região metropolitana de Belém, no Pará. A fumaça da queima, foi registrada em fotos e vídeos feitos por moradores de diferentes bairros da capital paraense, que ainda alegaram sentir um forte odor entrando em suas casas. A inalação dessa fumaça pode apresentar riscos para a saúde.
O pneumologista e tisiologista Tadeu Monteiro explica que essa fumaça pode causar diversas complicações. “A toxicidade dos gases liberados pela queima de matéria orgânica e inorgânica como plásticos, por exemplo, podem causar de forma aguda, intoxicações como pneumonite química, irritação pulmonar provocada pela inalação de substâncias tóxicas, além da exacerbação de doenças intersticiais pulmonares crônica nos portadores de asma ou enfisema pulmonar”, afirma.
Segundo o especialista, na população em geral, o aumento da poluição pode comprometer o sistema imunológico em diversos níveis, aumentando assim as infecções nas vias aéreas superiores e inferiores, como as pneumonias.
O médico pontua que existem os grupos mais vulneráveis em situações como esta que devem ter uma precaução maior. “Sempre são crianças e idosos, além dos portadores de doenças respiratórias crônicas”.
Além disso, o pneumologista destaca a importância de campanhas educativas contra queimadas e fiscalização do poder público.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, existem alguns meios de evitar os efeitos das queimadas no organismo como:
- Evitar, sempre que possível a proximidade com incêndios;
- Manter uma boa hidratação, principalmente em crianças menores de 5 anos e idosos maiores de 65 anos;
- Manter os ambientes da casa e do trabalho fechados, mas umidificados, com o uso de vaporizadores, bacias com água e toalhas molhadas;
- Usar máscaras ao sair na rua, evitar aglomerações em locais fechados, e optar por uma dieta leve, com a ingestão de verduras, frutas e legumes, também estão indicados;
- E em caso de urgência deve-se buscar ajuda médica imediatamente.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) se pronunciou quanto as medidas de proteção que estão sendo tomadas sobre o incêndio, que irá oficializar à Secretaria Municipal de Saneamento, responsável pelo espaço, para que se manifeste sobre o ocorrido.
Não obtivemos resposta da Secretaria Municipal de Saneamento (SESAN) até o fechamento desta matéria.
Em nota, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil informam que trabalharam no combate ao incêndio na sede do lixão do Aurá, durante todo o final de semana, e que a fumaça chegou à superfície por volta das 5h da manhã da última segunda-feira, (19). Além de reiterar que a corporação está providenciando apoio para revirar o entulho do local e combater os focos de incêndio.
Foto: Prefeitura de Belém
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