Começa semana de mobilização nacional para doação de medula óssea - FRONT SAÚDE

Começa semana de mobilização nacional para doação de medula óssea

O Brasil tem o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo. São mais de quatro milhões de pessoas cadastradas no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Mas as chances de encontrar um doador compatível entre não aparentados é de uma em 500 mil pessoas e entre irmãos é de cerca de 30%. Em junho de 2021, o Ministério da Saúde (MS) alterou a idade limite de cadastro de doadores de medula óssea no Brasil, de 55 para 35 anos a fim de se alinhar aos demais cadastros de medulas ósseas mundiais.

Com o objetivo de conscientizar e esclarecer a sociedade sobre a importância da doação e do transplante de medula óssea foi estabelecida a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, entre 14 e 21 de dezembro. Neste período, o Redome e os hemocentros do Brasil fazem uma força-tarefa por meio de ações informativas e de cadastro de doadores com o propósito de mobilizar os cidadãos.

De acordo com o hematologista e diretor do Ihebe, João Saraiva, a doação de medula óssea é um procedimento de baixo risco e, dependendo de alguns fatores, pode ser feita pelo sangue periférico por meio de um processo chamado de citaférese ou pela coleta da medula óssea nas cristas dos ossos ilíacos, sob anestesia geral. “O procedimento é feito em centro cirúrgico e requer internação de 24 horas. Para ser doador é necessário estar em bom estado geral de saúde, não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico”, afirma.

Receptor de medula óssea: como é o transplante

O transplante de medula óssea é indicado para portadores de doenças onco-hematológicas: leucemias, síndrome mielodisplásica, linfomas e mieloma múltiplo e alguns tumores sólidos, doenças benignas, como falências medulares, imunodeficiências congênitas, hemoglobinopatias e doenças autoimunes.

O médico afirma que o transplante de medula óssea pode ser autólogo, quando as células transplantadas são do próprio paciente, ou alogênico, quando são transplantadas células de um doador parente ou não aparentado. “Encontrado um doador compatível, o receptor passa, antes do transplante, pela quimioterapia. Dependendo do caso clínico, é feita radioterapia no corpo inteiro para tratar a doença de base e enfraquecer seu sistema imunológico para aceitar as células do doador”, afirma o Dr. João.

O paciente fica internado em regime de isolamento especial até que a medula óssea do doador comece a produzir os glóbulos brancos, que são as células de defesa do sistema imunológico, o que é chamado de “pega” da medula óssea ou enxertia.