Doença de Lyme: saiba mais sobre a doença transmitida pelo carrapato - FRONT SAÚDE

Doença de Lyme: saiba mais sobre a doença transmitida pelo carrapato

Volta e meia a Doença de Lyme é noticiada pela mídia revelando a doença em algum artista. Recentemente, o cantor Justin Bieber, que já havia sido diagnosticado com essa patologia em 2020, informou que faria um adiamento da sua turnê para tratar a doença. Além dele, famosos como o ator Ben Stiller, a cantora Avril Lavigne e a modelo Bella Hadid, também sofrem a com a enfermidade. Mas, afinal, o que é a Doença de Lyme?

A infectologista Andréa Beltrão explica que a Doença de Lyme é causada por uma bactéria que contamina o carrapato. “É uma doença acusada por uma bactéria chamada Borrelia burgdorferi, transmitida pela picada de um carrapato contaminado com o microorganismo”, afirma.

Segundo a especialista, no Brasil, a doença não é considerada uma endemia, e mesmo sendo mais comum pelos países afora, é necessário ter cautela ao entrar em áreas de mata. “A doença não é endêmica no Brasil, portanto, os grupos de maior risco são os frequentadores de países onde a doença é endêmica, como os Estados Unidos, continente Europeu e Asiático. No Brasil, temos que ter cuidado ao entrar em florestas”, aponta.

De acordo com a médica, a patologia é dividida em três fases, mas nem sempre o paciente irá manifestar as primeiras fases e já apresenta apenas a fase crônica da doença.

Sintomas

A infectologista explica que o paciente diagnóstico da doença pode apresentar sintomas iniciais como:

  • Vermelhidão na pele, geralmente, em forma de alvo, chamada “olho de boi”;
  • Sintomas semelhantes aos da gripe: febre, mal estar, fadiga;
  • Dores nas articulações e fraqueza nos membros.

Segundo Andréia, a doença pode avançar para a fase crônica e manifestar outros sintomas além dos que são considerados iniciais. “Após essa fase inicial de sintomas inespecíficos, o paciente pode ficar até anos sem apresentar sintomas, mas não quer dizer que ele esteja curado. O paciente pode evoluir para uma fase crônica e apresentar apresentam problemas cardíacos como arritmias, miocardite e pericardite”, destaca.

Mas, além desses sintomas, a pessoa diagnosticada com a Doença de Lyme pode manifestar outros sinais. “Pode apresentar artrite, que causa inchaços e dores nas articulações, especialmente nos joelhos. Em alguns casos, essas dores podem ser incapacitantes, impedindo o paciente de se movimentar. Outras consequências podem incluir problemas no funcionamento do cérebro e do sistema nervoso, como alterações de humor e sono, dificuldades de fala, esquecimentos e formigamento pelo corpo”, acentua Andréia.

A médica explica que a doença é rara no país, o que acaba dificultando as formas de tratamento do paciente com a doença. “Por ser uma doença rara no Brasil e ter sintomas pouco específicos, exceto pelo eritema migratório, o diagnóstico correto pode levar anos, diminuindo as possibilidades do tratamento”, enfatiza.

A cura

A médica pontua que é possível se curar da Doença de Lyme, caso seja identificada em seu estágio inicial. “A maioria dos pacientes se curam completamente, porém, em alguns casos, quando não diagnosticado precocemente, pode deixar sequelas, tais como: dores articulares incapacitantes, alterações no humor e no sono”, reforça.

Tratamento

A especialista detalha que o tratamento é feito por meio de algumas medicações, além de explicar sobre as formas de proteção que devem ser feitas ao entrar áreas rurais para evitar a contaminação. “O tratamento é por meio de antibiótico. A principais escolhas são doxiciclina e amoxicilina por 3 semanas via oral. Por ser transmitida pelos carrapatos, a melhor forma de prevenir a doença de Lyme é evitar a exposição a esse inseto. Usar repelentes, roupas claras para visualizar o carrapato e usar roupas que cubram braços e pernas ao entrar em locais com risco da adquirir a doença, florestas, por exemplo”, ressalta.