Dormir bem é fundamental para manter a saúde em dia. Quando acontece o contrário, pode trazer prejuízos. Uma pesquisa realizada pela Unifesp aponta que 76% dos brasileiros têm pelo menos uma queixa relacionada ao sono. Os dados também mostraram que 44% das pessoas relataram uma piora do quadro nos últimos cinco anos, situação que demonstra o agravamento dessa situação conforme o passar do tempo.
Um dos sintomas mais comuns de distúrbio do sono é o ronco, e às vezes, não é considerado como sinal de uma doença mais grave. Sonolência diurna excessiva, dificuldade de concentração, dores de cabeça matinais, suores noturnos, fadiga, esquecimento também são sintomas dessa condição. “Os distúrbios do sono são extremamente comuns. A insônia é a mais popular. A maioria das pessoas acredita ser normal a dificuldade para dormir. Culpam o trabalho ou algum estresse da rotina. Tentam resolver a insônia se automedicando com remédios que, na maioria das vezes, não foram desenvolvidos para a insônia, mas que as fazem dormir como um de seus efeitos colaterais, e não como sua função. Após algumas horas de sono, causadas por esse tipo de medicamento, a pessoa acorda com o cérebro mais lento. A sua capacidade cognitiva fica alterada, com dificuldades para memorizar e raciocinar. O organismo vai ficando mais resistente a esses efeitos, levando a dosagens cada vez mais altas, a fim de conseguir pregar os olhos por algumas horas. Com doses cada vez maiores, o efeito rebote, ao acordar, também é maior. O cérebro fica cada vez mais comprometido e o fígado cada vez mais sobrecarregado para processar todas as drogas”, afirma o neurologista Dr. Henrique Miranda.
Existem também outros distúrbios do sono considerados comuns, como a apnéia obstrutiva do sono e a síndrome das pernas inquietas, além do sono insuficiente e o atraso de fase do sono.
“A Apneia Obstrutiva do Sono caracteriza-se pela obstrução da via aérea no nível da garganta durante o sono, levando a uma parada da respiração de 20 segundos, em média. Após essa parada, a pessoa acorda emitindo um ronco muito barulhento, podendo ocorrer várias vezes durante a noite”, pontua o neurologista.
Já a Síndrome das Pernas Inquietas é caracterizada pela agitação involuntária das pernas ou dos braços, nos casos mais graves. Geralmente, os sintomas são mais intensos à noite, fazendo com que a pessoa não durma ou tenha uma noite péssima de sono, passando o dia com irritação, sonolência, cansaço e indisposição.
“A principal manifestação dos problemas crônicos de sono é a sonolência diurna exagerada. As primeiras manifestações dos distúrbios do sono são as alterações de humor, do sono, do aprendizado, da memória e do raciocínio. Um sintoma muito característico de distúrbio de sono é o ronco, interpretado, popularmente, como sinal de que a pessoa está dormindo bem. Mas é justamente o contrário”, enfatiza o especialista.
Ao longo do tempo, quem ronca pode ficar hipertenso ou ter apneia obstrutiva do sono, porém, o que é necessário para se ter uma noite de sono reparadora? “Chegar em casa pelo menos três horas antes do horário de dormir. Deixar bem claro para você mesmo que o seu dia de trabalho terminou. Tomar um banho, ler e relaxar. Não se deve ir para a cama sem sono. Não se deve usar a cama para planejar o dia seguinte, ler ou assistir TV. Não recomendo comer muito próximo ao horário de dormir. Tenha sempre um horário para dormir e levantar. Caso não pegue no sono em 15 ou 30 minutos, levante-se e vá para outro recinto. Evite TV, exercícios intensos. Se estiver roncando, você pode não estar dormindo bem. Ao acordar, deixe a luz do sol entrar em seu quarto. Ao perceber qualquer alteração, procure um médico neurologista. Ele é o profissional mais indicado para analisar o seu sono”, finaliza Dr. Miranda.
*Com informações da assessoria de imprensa
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