Recentemente, um estudo publicado na revista científica JAMA confirmou que jovens estão expostos a telas com níveis considerados tóxicos. A pandemia foi um fator que contribuiu para o aumento à exposição de telas que vão desde filmes e séries a jogos online. A pesquisa foi realizada na Universidade da Califórnia com 5.412 adolescentes estadunidense no período da pandemia, e aponta que os jovens tem passado, em média, 8 horas por dia frente às telas, considerado o dobro antes da chegada do novo coronavírus.
A pesquisa mostrou que os jovens passam mais tempo consumindo streaming de filmes e séries por 2h a 4h, jogos online e offline por 2h a 6h, mídias sociais por hora, aplicativos de mensagens por 1h, bate-papo e buscas na internet também por 1 hora.
Atividades de ensino não foram contabilizadas nessa pesquisa. Contudo, os jovens passam por apenas 2 ou 3 horas diárias desconectados, considerado o tempo máximo de exposição à tela recomendado por algumas entidades científicas para crianças e adolescentes. A partir disso, a conclusão de que os jovens sofrem de intoxicação crônica por tecnologias digitais.
Além disso, o estudo revelou que jovens com desamparo social, com pior saúde mental e elevados níveis de estresse, são os mais expostos às telas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as novas mídias preenchem vácuos, ócio, tédio, necessidade de entretenimento, abandono afetivo ou mesmo pais muito ocupados, muitas vezes, com seus próprios celulares. A pandemia ampliou esses vácuos, porém, de modo desproporcional. Jovens de famílias mais vulneráveis tendem a possuir uma rede menor de suporte e atenção. Nesse caso, as telas são consideradas um apoio emocional.
O uso indiscriminado de telas está associado a problemas de saúde física e mental, que causa dependência digital, irritabilidade, ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade, transtornos alimentares e de sono, imagem corporal e autoestima, distúrbios visuais e auditivos, e abusos sexuais e morais.
As atividades de tela causam o sedentarismo, ocasionando prejuízos às funções muscular, pulmonar, cardíaca, vascular, imunológica, pancreática e cerebral. Infelizmente, nem os jovens estão imunes à toxidade do sedentarismo.
No pós-Covid, as famílias, os profissionais da saúde e os educadores tem a missão de apresentar novos meios além da internet como atividades físicas ao ar livre, as práticas esportivas e contatos com o outro e a natureza.
Fonte: Folha de São Paulo
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