A ansiedade é considerada um estado subjetivo consciente, acompanhada por modificações fisiológicas e por manifestações somáticas, como as alterações respiratórias, medo, pensamentos irracionais, fadiga e irritabilidade. Especialistas revelam a intensificação desse quadro no cenário pandêmico e apontam uma nova percepção sobre as emoções.
A covid-19 intensificou a percepção da ansiedade, até então genericamente vivenciada como algo comum. É o que revela a psicóloga Adelma Pimentel, coordenadora do Núcleo de pesquisas Fenomenológicas, vinculado a Faculdade e a Pós-graduação em Psicologia na Universidade Federal do Pará. “No cotidiano pandêmico o isolamento social tornou-se uma medida sanitária que provocou sofrimento recorrente, associada a indefinição do curso da doença; a imprevisibilidade do controle das formas graves; e às condições de isolamento e quarentena impostas pelas agencias reguladoras federais, estaduais e municipais”, afirmou.
No Brasil, a incidência da ansiedade ocorre em sua maioria entre as mulheres. Segundo dados do Ministério da Saúde, em pesquisa virtual acerca da saúde mental realizada em 2020, revelou que a ansiedade teve proporção de 86,5%; transtorno de estresse pós-traumático apresentou 45,5%; e uma baixa proporção de depressão, com 16%, em sua forma mais grave. A pesquisa foi realizada em uma amostra de 17.491 pessoas, com idade média de 38,3 anos, variando entre 18 e 92 anos.
Evento discute a ansiedade
A ansiedade é considerada uma das formas psiquiátricas mais frequentes na população geral, segundo a psicóloga. “É considerada como uma resposta natural do corpo frente a um estímulo que é indispensável para a autopreservação, levando a pessoa agir impulsivamente; e a disfunção emocional que mais atinge a qualidade de vida do indivíduo, causando vários prejuízos no âmbito social, acadêmico e funcional”, disse Adelma.
Para discutir tratamentos clínicos focando na vivências da pessoa e não o sintoma, um ciclo de palestras será realizado entre dos dias 21 e 22 de outubro, que reúnem pesquisadores na área para debater as práticas terapêuticas e a fenomenologia da ansiedade. O evento nacional será realizado de forma online, com inscrições e programação completa pelo site.
A psicóloga Adelma Pimentel faz parte da coordenação do evento e explica a proposta do congresso. “Consideramos a importância de cuidar das pessoas no percurso do ciclo vital, ou seja, desde a infância a velhice; de modo que o desenvolvimento e a aprendizagem das pessoas incluam suportes emocionais e sociais integrados aos cognitivos e comportamentais; assim, a prevenção evita as manifestações da ansiedade que provocam sofrimento”, concluiu.
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