A busca pelo emagrecimento de forma rápida, sem acompanhamento de um especialista, tem se tornado cada vez mais frequente. Um deles é o jejum intermitente. O método se popularizou como uma prática para perder peso. Mas afinal, o que é o jejum intermitente?
De acordo com a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), o jejum intermitente compreende um padrão alimentar no qual o indivíduo se submete de forma voluntária a períodos de privação de alimentos, com reduzida ou nenhuma ingestão energética, intercalados por períodos de ingestão normal de alimentos e bebidas, a depender do protocolo, podendo ocorrer restrição em dias alternados, jejum de dia inteiro e jejum de tempo limitado.
A nutricionista Thais Franco, professora de nutrição e especialista em comportamento alimentar, explica que o jejum intermitente não deve ser levado como uma condição de vida. “Essa prática é recomendada como estratégia nutricional e não como um estilo de vida ou dieta, principalmente para pessoas que querem otimizar a perda de peso, ou atletas treinados que necessitam encaixar-se em um ‘shape competitivo’ ”, afirma.
Nelson Lima e Ouida Pereira são um casal que há alguns anos resolveram investir no método. Nelson, que é médico, conta como ambos conheceram essa prática. “Conheci o método quando resolvi perder peso. Estudei milhares de trabalhos científicos. Ouida conheceu quando nos unimos e ela percebeu a liberdade e a vantagem do método. Especialmente por desaparecerem sofrimentos como enxaquecas, náuseas, dores, fomes e incômodos, até então comuns”, explica.
A nutricionista comenta sobre como a busca incansável pela perda de peso faz com que as pessoas iniciem processos que podem trazer muitos riscos à saúde. “O que se tem observado é que cada vez mais as pessoas vêm apresentando transtornos alimentares por aderir a protocolo de longos períodos de restrição alimentar, perdendo total controle sobre a alimentação em que podem apresentar sintomas como insônia, irritabilidade, constipação intestinal, queda de cabelo e fraqueza”, ressalta Thais.
Uma outra consideração importante é a de que o jejum intermitente não pode ser praticado por todos, de acordo com a nutricionista. Grávidas, crianças, idosos e pessoas que tenham tendências a transtornos alimentares estão no grupo de pessoas que não pode participar desse método. “O jejum intermitente tem sido vendido e relacionado a evidências científicas que não são comprovadas, como, por exemplo, o retardo no envelhecimento”, detalha.
Antes de iniciar o jejum intermitente, é necessário procurar um profissional nutricionista para acompanhar e adequar o melhor protocolo a ser utilizado. De acordo com Thais, é importante criar um plano alimentar ideal. “É preciso ter o cuidado e a atenção de um profissional em montar um protocolo que melhor se encaixe com seu estilo de vida, treino e hábito alimentar”, conclui.
Ouida e Nelson também falaram sobre como se sentem ao realizar o jejum intermitente e da dificuldade no início. “Nos sentimos normais e felizes por não ter ‘desejos’ e ‘sofrimentos’ com doces ou produtos industriais usados a título de alimentos. No começo, existem crises de desejo em que a pessoa se pega compulsivamente querendo comer ‘besteiras’ depois vem o arrependimento e é dele que usamos para não recair”, explica Ouida.
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