Em homenagem ao Dia do Idoso, fisioterapeuta geriátrica orienta sobre os riscos e prevenção.
Apesar de quedas serem frequentes durante a vida, é após os 60 anos que eles podem se tornar mais comuns.
A fisioterapeuta geriátrica e neuro funcional, Erika Grunvald, explica que, com o envelhecimento natural, o corpo humano vai perdendo massa e força muscular, a chamada sarcopenia.
“Essa perda de massa muscular faz com que os idosos tenham uma tendência maior ao desequilíbrio, o que acaba gerando a maioria dos acidentes”, aponta.
Contudo, não é apenas a perda de massa muscular que gera os acidentes.
COMORBIDADES E O RISCO DE QUEDAS
“Ao mesmo tempo, quem tem mais de 60 anos, possui maior tendência de ter comorbidades, como alterações neurológicas, que podem, por exemplo, gerar uma tontura e uma consequente queda”, diz Erika.
Considerada a terceira causa de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos, as quedas mataram 70.516 idosos, entre 2013 e 2022, no país.
AUMENTO DE QUEDAS NO PARÁ
No Pará, o número de quedas de idosos também vem aumentando consideravelmente. Em 2023, até novembro, foram registradas 1.644 entradas de idosos vítimas de queda no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), com um aumento de 22% em relação ao ano anterior.
A maioria desses acidentes ocorre em casa, devido a ambientes inadequados, como tapetes soltos, falta de corrimão, e iluminação deficiente.
OUTRAS COMORBIDADES
Também entra na lista de motivos que nos fazem cair mais ao envelhecer outras comorbidades corriqueiras do avanço da idade.
É o caso de doenças nas articulações, que tendem a ficar mais frágeis.
Por isso, por exemplo, diagnósticos de artrose — causada pelo desgaste progressivo da cartilagem e inflamação da articulação — são corriqueiras após os 60 anos, sendo capazes de causar tropeços fatais e consequentes quedas.
“Outra causa que gera muitos acidentes por queda é a osteoporose — doença que se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos”.
PROBLEMAS DE VISÃO E O SISTEMA NERVOSO DEBILITADO
Problemas para enxergar de perto ou de longe e o próprio sistema nervoso mais debilitado, que pode gerar lentificação nos reflexos e suas reações também podem ser um indicativo de risco para ocorrência desse tipo de acidente.
“O paciente mais idoso tende a levantar mais vezes à noite, por conta de urgência urinária e, muitas vezes, ele está sonolento. Por isso a importância de ter a casa preparada para ele se locomover com segurança. Nem sempre o idoso irá a óbito na hora da queda, mas sim pelas suas consequências”, afirma.
A PREVENÇÃO É ESSENCIAL
“É preciso que as pessoas compreendam que cair não é normal, e que existem como avaliarmos o risco de queda de cada idoso e atitudes que podem evitar esses acidentes”.
Entre as mudanças que podem diminuir os riscos de queda estão colocar interruptor próximo à cama, ter pisos com características antiderrapantes, evitar tapetes e instalar barras de apoio nos banheiros e luzes de emergência.
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA DO IDOSO
Ao mesmo tempo, Erika Grunvald defende mudanças na vida do idoso, como dar preferência por sapatos com antiderrapante e nunca andar só de meias.
“Com isso, há uma grande necessidade de também investir em exercício físico com o envelhecimento, porque a prática de atividade física diminui o risco de queda, além de melhorar a saúde como um todo”, afirma a fisioterapeuta.
CONSCIENTIZAÇÃO É FUNDAMENTAL
Para quem já foi vítima de queda, ela ressalta que não adianta só o envolvimento da família na prevenção de acidentes.
“É necessário conscientizar o próprio idoso que ele precisa seguir orientações e cuidados para garantir maior qualidade de vida”, finaliza.
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