Você sabia que dá para fraudar alimentos?
Um carrinho de compras e uma prateleira de alimentos de um supermercado
Um carrinho de compras e uma prateleira de alimentos de um supermercado

Você sabia que dá para fraudar alimentos?

Você sabia que alguns alimentos que consumimos diariamente podem ser adulterados?

Recentemente, um vídeo viral revelou uma suposta fraude na produção de castanhas de caju, mas a verdade sobre fraudes alimentares vai muito além.

Esses produtos não só representam riscos à saúde pública, como também causam enormes prejuízos econômicos.

A REALIDADE DAS FRAUDES ALIMENTARES

A fraude alimentar é uma prática que visa aumentar os lucros de maneira desonesta, adulterando produtos para baratear sua produção.

Segundo a FDA, cerca de 1% de todos os alimentos no mundo sofrem algum tipo de adulteração, resultando em perdas de US$ 40 bilhões anuais.

Além dos prejuízos financeiros, a adulteração pode ser perigosa, como uma pessoa alérgica ingerir um produto com ingredientes não declarados.

ALIMENTOS MAIS FRAUDADOS

Um levantamento recente analisou mais de 15 mil registros de fraudes alimentares entre 1980 e 2022, identificando os dez alimentos mais visados:

  • Azeite de oliva comum;
  • Azeite de oliva extravirgem;
  • Carne bovina;
  • Cúrcuma em pó;
  • Leite de vaca;
  • Leite em pó;
  • Manteiga clarificada;
  • Mel;
  • Pimenta em pó;
  • Vodka.

SITUAÇÃO NO BRASIL

No Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) monitora as fraudes alimentares e realiza fiscalizações periódicas. Em 2024, os produtos focados foram café, azeite de oliva, farinha de mandioca, arroz e feijão.

As adulterações mais comuns incluem substituição de matéria-prima e uso de produtos de qualidade inferior. Só em 2023, foram apreendidos 131 mil litros de azeite de oliva adulterado.

Os alimentos de origem vegetal mais fraudados no Brasil em 2023 foram:

  • Água de coco;
  • Azeite de oliva;
  • Café;
  • Feijão;
  • Néctar;
  • Refrescos e preparados;
  • Suco concentrado;
  • Suco natural;
  • Vinagre e fermentados acéticos;
  • Vinho.

RISCOS À SAÚDE

Os riscos vão além das perdas econômicas. Fraudes alimentares podem causar sérios problemas de saúde.

Em 2008, na China, a adição de melanina ao leite em pó resultou na morte de seis bebês e afetou a saúde de 300 mil pessoas.

Adulterações podem provocar reações alérgicas graves ou problemas para pessoas com condições específicas, como doença celíaca.

COMO SE PROTEGER

Os consumidores podem tomar algumas medidas para se protegerem de fraudes alimentares:

  • DESCONFIE DE PREÇOS MUITO BAIXOS: se o preço está muito abaixo do mercado, desconfie;
  • VERIFIQUE SELOS DE INSPEÇÃO: procure por selos como o SIF (Selo de Inspeção Federal);
  • PRESTE ATENÇÃO ÀS MUDANÇAS: se perceber alterações no sabor, aroma ou textura dos produtos que costuma comprar, entre em contato com os fabricantes ou denuncie ao Mapa ou à Anvisa.

Enquanto as fraudes alimentares representam um desafio constante para as autoridades e cientistas, os consumidores também desempenham um papel crucial na detecção e prevenção dessas práticas desonestas.

Ficar atento aos sinais de adulteração e seguir as dicas de segurança pode ajudar a minimizar os riscos e garantir alimentos mais seguros e de qualidade para todos.

Fonte: BBC