Seis é o número de pessoas que foram confirmadas no final do mês de maio, pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, que foram infectadas com o superfungo Candida auris (C. auris) no estado em 2023. Dos quatro casos anteriores, uma idosa de 70 anos, que ficou internada no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, e um homem de 51 anos, que está no Hospital Tricentenário, em Olinda entraram para o grupo.
Os hospitais são as unidades onde foram identificados três dos quatro casos anteriores. O Primeiro caso sendo um homem de 48 anos, internado no Hospital Miguel Arraes, diagnosticado no dia 11 de maio. O segundo sendo um idoso de 77 anos, internado no Hospital Tricentenário, diagnóstico no dia 14 de maio. O terceiro sendo um idoso de 66 anos, internado no hospital privado Português, em Recife, no dia 23 de maio. E o quarto sendo um homem de 63 anos, internado no Hospital Miguel Arraes, diagnosticado em 29 de maio.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, o C. auris é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global e foi identificado pela primeira vez como causador de doença em humanos em 2009, no Japão. Algumas cepas dele são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos e sua identificação requer métodos laboratoriais específicos, uma vez que o C. auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae.
Segundo a Food and Drug Administration (FDA), o C. auris é uma levedura que pode causar infecções graves em pacientes hospitalizados (por exemplo, infecções da corrente sanguínea), além de febre e calafrios. Pode acometer muitos locais do corpo, incluindo o aparelho urinário, respiratório, a vesícula biliar, locais com ferimentos e o canal auditivo externo.”
Para a pessoa ser infectada, o infectologista Arnaldo Lopes Colombo, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) explicou à BBC News Brasil em 2019, é preciso que tenha passado por procedimentos invasivos (como cirurgias e uso de cateter venoso central) ou tenha o sistema imunológico comprometido. Pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) por longos períodos e com uso prévio de antibióticos ou antifúngicos também são considerados grupo de risco para a contaminação.
Considerando um alerta epidemiológico em função dos relatos de surtos de Candida auris em serviços de saúde da América Latina, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em outubro de 2016, a Anvisa coordenou a formação de uma rede nacional de laboratórios para dar suporte aos serviços de saúde do país na identificação desse fungo.
Nos Estados Unidos, a infecção está se espalhando rapidamente e de forma “alarmante”, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Os casos nos EUA quase dobraram em 2021: passaram de 756 para 1.471, de acordo com um relatório do CDC. Por esse motivo, foi a situação foi classificada como uma “ameaça urgente relacionada à resistência antimicrobiana. Muitos pacientes afetados estão em hospitais e lares de idosos e o fungo está resistente aos tratamentos disponíveis.
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