O Ministério da Saúde confirmou através de exames laboratoriais que a morte de um bebê de 1 ano e 3 meses em Caucaia, Ceará, foi causada pela ameba Naegleria fowleri.
Este parasita raro, conhecido como “ameba comedora de cérebro”, entra pelo nariz e atinge o cérebro, causando danos graves.
A criança apresentou febre, irritação e vômito, evoluindo rapidamente para sintomas neurológicos e vindo a óbito oito dias após o início do quadro.
O laudo foi confirmado após exames de necrópsia e análise da água da cisterna utilizada pela família, proveniente de um açude local.
A investigação apontou que, embora tratada, a água não recebeu cloração adequada para eliminar o parasita.
HISTÓRICO E RARIDADE DA AMEBA
Este é o segundo caso confirmado no Brasil. O primeiro ocorreu em 1975, em São Paulo.
Globalmente, desde os anos 1960, foram registrados cerca de 160 casos nos Estados Unidos, com uma taxa de mortalidade de 98%.
No Brasil, os relatos ainda são extremamente raros, refletindo tanto a raridade da infecção quanto as dificuldades de diagnóstico.
A Naegleria fowleri é um organismo unicelular que vive em água doce quente, como lagos, lagoas e açudes.
Ela não depende de hospedeiros para sobreviver e prolifera em temperaturas elevadas.
A infecção ocorre exclusivamente pela inalação de água contaminada pelo nariz, não havendo transmissão por ingestão ou entre pessoas.
SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
Os sintomas iniciais da meningoencefalite amebiana primária (PAM) incluem febre, dor de garganta, sonolência e irritabilidade, frequentemente confundidos com meningite bacteriana.
Com a progressão da doença, surgem sinais neurológicos graves. Por ser rara, é pouco considerada no diagnóstico diferencial, levando a casos subnotificados.
A confirmação laboratorial é desafiadora. No caso do Ceará, a autorização da família para necrópsia foi crucial para identificar o parasita e evitar que a infecção passasse despercebida.
PREVENÇÃO E ALERTA À POPULAÇÃO
As autoridades reforçaram medidas de segurança para evitar novos casos. A água do açude que abastece o assentamento foi desinfectada, e o tratamento do reservatório foi ajustado.
Além disso, a população foi orientada sobre os riscos associados ao uso de água não tratada.
A melhor forma de prevenção é evitar o contato do nariz com água de fontes potencialmente contaminadas, como lagoas e açudes, especialmente durante mergulhos.
Tratamento adequado da água em cisternas e reservatórios é essencial para minimizar riscos.
UMA DOENÇA SILENCIOSA E MORTAL
A morte da criança no Ceará destaca a necessidade de vigilância em saúde e conscientização sobre infecções raras.
Apesar de incomum, a Naegleria fowleri representa um risco em condições específicas e demanda atenção das autoridades e população.
Fontes: Agência Brasil e G1 01 e 02
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