Toda 2ª sexta-feira de agosto é comemorado o Dia Interamericano da Qualidade do Ar, criado pela Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS), com o intuito de estimular o debate sobre poluição do ar, e para conscientizar a população sobre a questão da contaminação atmosférica e seus efeitos sobre a saúde pública.
Essa preocupação da qualidade do ar, vem principalmente por ser algo que não acontece de imediato, na maioria das vezes, e que as maiores concentrações, são nas grandes cidades. O último relatório “Estatísticas Sanitárias Mundiais 2022”, e constatou que a poluição atmosférica foi responsável por aproximadamente 7 milhões de mortes em todo o mundo em 2016, sendo que desses, 4,2 milhões foram causadas pela poluição do ar ambiente.
Para entender melhor sobre as consequências da poluição do ar na saúde, a Front Saúde convidou o pneumologista e tisiologista Carlos Augusto Abreu Alberio falar as principais doenças que podem ser causadas e como se prevenir ou tratar, caso a pessoa apresente algum sintoma.
Carlos conta que os principais poluentes atmosféricos que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças respiratórias, são partículas finas, ozônio troposférico (que fica na superfície), dióxido de enxofre, monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio, os três emitidos pela queima de combustíveis fósseis, seja em veículos ou em fábricas.
As doenças mais comuns ou que são agravadas pela poluição atmosférica, Carlos fala que são a asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (bronquite crônica / enfisema pulmonar), bronquiectasias (dilatações e deformidades dos brônquios), infecções respiratórias agudas, pneumonia, fibrose pulmonar, rinite e sinusite.
Os grupos que correm mais riscos de desenvolverem tais doenças, são crianças, idosos, além das pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas pré-existentes. Tais grupos podem apresentar sintomas como falta de ar, tosse, irritação nos olhos, nariz e garganta, também dor no peito e o agravamento da asma ou de outras doenças respiratórias, explica Alberio, que fala ainda que os sinais que podemos ficar atentos são frequentemente sintomas mais leves, como tosse ou desconforto respiratório leve, após exposição ao ar poluído.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, as concentrações urbanas abrigavam 124,1 milhões de pessoas, cerca de 61% da população brasileira. Devido essa quantidade de pessoas, a emissão de poluentes ficou ainda maior, mas o que podemos fazer para se proteger?
O médico diz que o melhor a se fazer para se prevenir é tentar monitorar a qualidade do ar, limitar atividades ao ar livre durante os períodos que haja uma concentração maior de poluição atmosférica como as áreas de tráfego intenso, usar sistemas de filtração de ar em ambientes internos, as plantas de interior também ajudem a filtrar, usar um umidificador se o ar estiver seco, e é claro, evitar o uso de produtos de tabaco.
Mas caso haja tal necessidade de ir para locais assim, o pneumologista recomenda máscaras como as N95, porque podem ajudar a filtrar poluentes atmosféricos, sendo benéficas especialmente em áreas com poluição do ar elevada. Elas são recomendadas especialmente durante eventos de poluição significativa ou para indivíduos em grupos de alto risco, finaliza.
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